Após uma série de quedas ao longo da primeira metade do ano, os preços do boi gordo coletados pelo Cepea estão apresentando maior dispersão neste início de segundo semestre. Pesquisadores do Cepea indicam que os agentes do mercado estão buscando valores que se ajustem melhor às condições atuais, marcadas por mudanças na oferta e demanda.
Os levantamentos do Cepea revelam uma redução significativa na oferta de animais a pasto para abate, enquanto os lotes de confinamento estão cada vez mais presentes no preenchimento das escalas. Este cenário aponta para uma alteração na dinâmica do mercado, exigindo maior atenção dos envolvidos na cadeia produtiva.
Para os próximos meses, os pesquisadores do Cepea recomendam uma análise cuidadosa das estimativas de volumes de animais confinados, além de considerar as previsões climáticas e as tendências das exportações. O inverno, influenciado pelo fenômeno La Niña, trará tempo seco e temperaturas acima da média, especialmente nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, resultando em uma oferta limitada de pastagens.
Por outro lado, as exportações de carne bovina brasileira tendem a se intensificar no segundo semestre. Os embarques, que já vêm registrando sucessivos recordes nos últimos meses, devem se manter em níveis elevados, impulsionados pela valorização recente do dólar. Esse fator é crucial para manter a competitividade da carne brasileira no mercado internacional, compensando, em parte, os desafios enfrentados no mercado doméstico.
Diante deste cenário, a indústria pecuária deve se preparar para um período de ajustes e estratégias diferenciadas para lidar com as condições variáveis de oferta e demanda, além de maximizar as oportunidades no mercado externo.
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