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Inflação: governo erra em diagnóstico e reação, dizem especialistas ao WW

Ao buscar caminhos para lidar com a alta dos preços, especialmente os dos alimentos, o governo federal erra no diagnóstico e, consequentemente, na indicação do remédio para tratar do problema, apontaram os especialistas ouvidos pelo WW nesta sexta-feira (24).

“Nota-se uma falta de diagnóstico para montar a estratégia econômica para ganhar a inflação”, pontuou Roberto Padovani, economista-chefe do banco BV.

Nos últimos meses, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística tem, repetidamente, apontado os alimentos dentre os principais culpados pela alta da inflação no país.

Nesta sexta, o IPCA-15 (indicador tido como a prévia da inflação oficial) de janeiro registrou alta de 0,11% no mês. Apesar de desacelerar ante dezembro, quando estava em 0,34%, o índice continuou sendo puxado por alimentos e bebidas, que subiram 1,06% em janeiro.

Preocupado com a situação, o governo tem discutido medidas para conter o preço dos alimentos. Mais cedo, após reunião para tratar do assunto, ministros de Estado apontaram a possibilidade de se derrubar alíquotas de importação para suavizar os valores cobrados no país. Fontes da área técnica da pasta da Agricultura afirmaram à CNN, porém, que a medida pode não ser tão eficiente.

Olhando em retrospecto, Padovani vê um cenário que se repete: “o governo faz uma expansão dos gastos forte, a economia cresce num ritmo insustentável, gera pressão inflacionária e o governo, assustado, opta por fazer controle de preços, aumentando as distorções da economia”.

Para o economista, o que seria muito mais simples do que repetir essa receita seria o Executivo sinalizar que vai fazer um controle das contas públicas.

O impulso fiscal não só alimenta as pressões inflacionárias, como também o temor dos agentes econômicos. Os preços sobem então por duas frentes, uma mais direta e outra indireta, com a depreciação do câmbio e desancoragem das expectativas movidas pelos receios do mercado.

“A gente viu a situação do governo, ele enfrentando um problema e aumentando ainda mais o desafio”, pontuou Cristiano Noronha, cientista político e vice-presidente da Arko Advice.

Noronha ressalta que, caso a situação seja prolongada, a inflação também vai manchar a imagem do governo.

“A questão do preço dos alimentos afeta o eleitor mais tradicional do PT, o mais pobre. O governo não vê que boa parte dessa questão de aumento de preços, que vem da alta do dólar, da falta de credibilidade da política econômica, [e mesmo assim] o governo não para de sinalizar aumento de gastos”, avaliou o cientista político.

Nesse sentido, Padovani e Noronha concordam em um diagnóstico: com os juros fortemente restritivos para conter a inflação, o país deve enfrentar uma retração econômica no futuro próximo, o que deve dificultar ainda mais a relação com o eleitor em 2026.

Veja os 5 sinais de que as contas públicas do Brasil estão em risco

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