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Governo usará Brics para “cultivar“ financiamento climático antes de COP30

A presidência brasileira no Brics pretende utilizar o fórum de nações para “cultivar” o debate sobre financiamento climático. A ideia é desenvolver as discussões a fim de potencializar as entregas do Brasil na COP30, conferência climática que acontece em Belém, no Pará, em novembro.

Fontes do Itamaraty disseram à CNN haver a percepção de que, ao congregar o apoio dos membros do Brics, o governo aumenta chances de levar sua agenda à frente na COP30 — especialmente em relação ao financiamento climático, assunto que rende debates acalorados.

Os participantes da COP29, que aconteceu no Azerbaijão em 2024, decidiram separar US$ 300 bilhões anuais até 2035 para ajudar países mais pobres a lidar com as mudanças climáticas.

O valor foi apontado pelas nações em desenvolvimento como insuficiente, e a ideia do Brasil é encontrar caminhos para reforçar o financiamento na COP30.

A CNN mostrou anteriormente que a presidência do Brasil no Brics deve ser “curta” e concentrar trabalhos no primeiro semestre de 2025. A ideia do Itamaraty é de que este seja um fórum de “transição” entre G20 e COP30, e abra espaço para que a conferência climática seja o foco no segundo semestre.

A Cúpula de Líderes do Brics está prevista para acontecer na primeira semana de julho, ainda sem sede definida. Além do encontro dos chefes de Estado, o Brasil vai organizar cerca de cem reuniões.

Estão previstas algo em torno de vinte cúpulas ministeriais. Os demais encontros reúnem representantes de nível técnico, entre conversas presenciais e remotas.

Brasil pautará pagamentos, apesar de Trump

Os debates sobre a diversificação de meios de pagamento no Brics também estão entre as prioridades da presidência brasileira no grupo — e não deixarão de estar após ameaças do presidente americano Donald Trump, disseram fontes da diplomacia à CNN.

O republicano usou suas redes sociais para dizer que aplicaria tarifas de 100% sobre os membros do Brics, caso estes países não se comprometam a abandonar planos de criar nova moeda ou apoiar outra substituta do dólar. “Não há chance de o Brics substituir o dólar. E qualquer país que tentar deve dizer adeus aos Estados Unidos”, completou.

O principal argumento da diplomacia é de que não há qualquer iniciativa para criar nova moeda ou trabalhar solução que substitua o dólar.

Desde o início dos debates sobre o tema, o governo reforça a mensagem de que esta é uma tentativa de diversificar possibilidades de pagamento no bloco apenas.

Uma fonte próxima aos trabalhos da presidência brasileira destaca que a iniciativa se assemelha ao Sistema de Pagamentos em Moeda Local (SML) do Mercosul.

Este mecanismo permite que transações entre empresas e pessoas de Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai aconteçam nas respectivas moedas locais.

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