Hong Kong registrará uma queixa sobre as tarifas recentes impostas pelos EUA na Organização Mundial do Comércio (OMC), alegando que os EUA ignoraram completamente o status da região como um território alfandegário separado, disse o secretário-chefe Eric Chan nesta terça-feira (11).
“Isso é absolutamente inconsistente com as regras da OMC. Claro, eles desconsideraram totalmente que Hong Kong é um território alfandegário separado”, disse Chan, o segundo funcionário da região governada pela China, aos repórteres.
“Entraremos com uma queixa na OMC sobre esse arranjo irracional”, acrescentou sem dar detalhes.
Chan estava respondendo a uma decisão dos EUA de impor tarifas de 10% sobre produtos do centro financeiro asiático, já que Donald Trump tem como alvo as importações chinesas.
O Serviço Postal dos EUA suspendeu na última semana todas as correspondências e pacotes recebidos da China e Hong Kong, e reverteu essa decisão logo depois.
A decisão de parar de aceitar encomendas da China e de Hong Kong causou caos e confusão entre varejistas e empresas de remessa expressa sobre como lidar com as tarifas dos Estados Unidos.
“Tudo o que posso dizer é que as políticas são inconstantes”, disse Chan.
A decisão de Trump também incluiu o fechamento da isenção de imposto “de minimis” para pacotes avaliados em menos de US$ 800, com o objetivo declarado de interromper o fluxo de fentanil e precursores químicos para os EUA.
Hong Kong é conhecida há muito tempo como um centro comercial livre e aberto, mas a imposição da China de uma lei abrangente de segurança nacional em 2020 atraiu críticas dos EUA e levou-a a encerrar o status especial da ex-colônia britânica sob a lei americana, aumentando as tensões entre a China e Estados Unidos.
Os EUA posteriormente estipularam que os produtos feitos em Hong Kong para exportação precisavam ser rotulados como feitos na China, encerrando uma das vantagens competitivas de longa data de Hong Kong como um centro comercial.