O constante preço em centavos das ações da concessionária AutoMob (AMOB3), uma reorganização estratégica da Simpar, chamou atenção da bolsa de valores brasileira (B3) e, por isso, a empresa foi notificada para fazer um grupamento desses papéis, sem perda de valor em patrimônio.
A notificação segue a norma da B3 em que proíbe a negociação de ações abaixo de R$ 1 por mais de 30 pregões consecutivos. Na sexta-feira (14), os papéis fecharam cotados a R$ 0,27.
Desde que estreou na bolsa, em 16 de dezembro do ano passado, as ações acumulam uma baixa de 42,55%.
Procurada pela CNN para um posicionamento, a empresa disse que todas as informações constam no fato relevante já divulgado.
Segundo o fato relevante, a empresa deve realizar uma reunião com o conselho de administração até 25 de março deste ano para discutir a proposta de grupamento. Em seguida, a assembleia geral ordinária e extraordinária da companhia deve se reunir no dia 25 de abril.
Os acionistas minoritários e majoritários acompanham com atenção esse processo. Isso porque a B3 estabelece que, independentemente do motivo do grupamento, “alguns investidores terão sua participação reduzida à fração de uma ação”.
Diante disso, os acionistas minoritários – com pouca participação societária – não podem ser excluídos. A empresa deve assegurar que eles permaneçam como acionistas com pelo menos uma unidade nova de capital, mas somente se essa vontade for manifestada na assembleia geral da companhia.
Como funciona um grupamento?
As ações não são extintas. Como o próprio nome indica, os papéis são agrupados e passam a valer como apenas um. Ou seja, se a empresa possui cinco ações cotadas a R$ 1, o grupamento significa juntá-las em apenas um papel ao preço de R$ 5. Mas a regra se aplica apenas aos papéis que são negociados abaixo deste teto de R$ 1.
Segundo a norma da B3, esse grupamento traz mais liquidez para a empresa. Em vez de ter seus papéis negociados em centavos, eles passam a ter preços mais altos, o que atrai mais investidores.
Outro benefício é a diminuição da volatilidade dos papéis e facilidade no fluxo de negócios. Com poucas oscilações, as ações deixam de entrar em leilão de forma assídua. Além disso, as ações voltam a ser elegíveis ao índice B3 e outros índices da bolsa.
