O governo japonês manteve nesta quarta-feira sua opinião de que a economia está se recuperando moderadamente, mas apontou as políticas comerciais dos Estados Unidos como fatores a serem observados, já que as propostas do presidente Donald Trump sobre tarifas lançam incertezas sobre as perspectivas econômicas.
Em seu relatório econômico mensal de fevereiro, o Escritório do Gabinete manteve sua avaliação econômica geral pelo sétimo mês consecutivo, uma vez que a inflação persistente, principalmente de itens do dia a dia, diminui o apetite do consumidor.
“Embora dados tenham mostrado que os aumentos anuais (nos salários) continuam, o crescimento do consumo é suprimido quando comparado com o crescimento da renda”, disse um funcionário do Escritório do Gabinete após a divulgação do relatório.
A economia japonesa cresceu a uma taxa anualizada de 2,8%, mais do que o esperado, no trimestre de outubro a dezembro, devido aos ganhos nos gastos das empresas e a um aumento inesperado no consumo, segundo dados do Produto Interno Bruto (PIB) divulgados esta semana.
O Escritório também mencionou a necessidade de prestar muita atenção às políticas dos EUA, especialmente no que diz respeito ao comércio, com uma série de anúncios de tarifas mais detalhados esperados pelo presidente dos EUA, Donald Trump.
Trump aumentou as taxas sobre as importações de aço e alumínio e tem como alvo os automóveis, além de ter instruído sua equipe econômica a elaborar planos para tarifas recíprocas sobre todos os países que taxam as importações dos EUA. Essas propostas aumentaram a incerteza e abalaram os mercados financeiros globais.
Os equipamentos de transporte, incluindo automóveis, representam 36% das exportações de 21,3 trilhões de ienes (US$140,12 bilhões) do Japão para os EUA, informou o Escritório. O setor de fabricação de máquinas de transporte é responsável por 3% do PIB do Japão.