Em meio às reuniões do Grupo de Trabalho de Agricultura dos BRICS, em Brasília, os ministros da Agricultura do Brasil e do Irã se reuniram nesta quarta-feira (16) para discutir o aprofundamento da cooperação comercial entre os dois países.
O encontro, fora da agenda oficial do bloco, sinaliza movimentações que podem impactar diretamente o agronegócio brasileiro — especialmente em áreas como fertilizantes, proteína animal, frutas e pescados.
O ministro brasileiro, Carlos Fávaro, e o ministro iraniano, Gholamreza Nouri Ghezeljeh, trataram da criação de um comitê agrícola consultivo bilateral, que deve acelerar decisões técnicas e facilitar o intercâmbio de informações entre os dois países.
A proposta é vista como estratégica diante do atual cenário de dependência brasileira de insumos externos, como a ureia, amplamente usada na produção agrícola.
Expansão nas exportações
Além da expansão do comércio de fertilizantes, o Brasil manifestou interesse em aumentar as exportações de carne de frango, pescados e frutas ao país persa.
O Irã, por sua vez, demonstrou abertura ao diálogo técnico, reforçando a intenção de revisar protocolos sanitários vigentes — o que pode abrir caminho para novos acordos no setor de proteína animal.
Outro ponto relevante do encontro foi o avanço nas negociações para habilitar a importação de caviar iraniano. Segundo o ministro Fávaro, três das cinco etapas técnicas exigidas pelo Brasil já foram cumpridas, e a expectativa é de que a autorização seja finalizada em breve.
Adequações na logística
As autoridades iranianas também sinalizaram interesse logístico: propuseram a instalação de uma empresa de navegação marítima no Brasil. A iniciativa poderia reduzir o tempo e o custo de transporte entre os dois países, fortalecendo o corredor comercial Sul-Sul.
O ministro Gholamreza Nouri destacou a importância da relação com o Brasil, sugerindo até uma rota marítima direta como forma de intensificar os fluxos de mercadorias e cooperação em temas como meio ambiente, vacinação animal e aquicultura.
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