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Japão vê pouca margem para grande acordo sobre iene com os EUA

O ministro das Finanças do Japão, Katsunobu Kato, e o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, terão uma reunião essa semana em que o iene dever ser um dos principais tópicos de discussão, embora fontes afirmem que Tóquio irá se opor a qualquer pedido de valorização da moeda.

Alguns analistas acreditam que Washington pressionará Tóquio para ajudar a sustentar o iene.

O Japão vê pouco espaço para ações diretas, como intervenção cambial ou aumento imediato da taxa de juros pelo banco central japonês, de acordo com três fontes com conhecimento das negociações.

Em vez disso, as autoridades japonesas esperam compreender melhor o que os EUA têm em mente em relação às questões cambiais e como elas se encaixam em um pacote de medidas que os dois países negociarão para fechar um acordo comercial, disseram as fontes.

Isso significa que a reunião entre Kato e Bessent, que será a primeira conversa face a face entre os dois, provavelmente não atenderá às expectativas de alguns participantes do mercado em relação a um acordo importante e coordenado para impulsionar o iene.

“Grande parte será para sondar as intenções de Washington”, disse uma das fontes sobre a estratégia do Japão para a esperada reunião entre Kato e Bessent.

A reunião ocorrerá paralelamente ao encontro de primavera (no Hemisfério Norte) do Fundo Monetário Internacional, em Washington.

Os dois países ainda estão combinando uma data para a reunião, disse Kato a repórteres nesta terça-feira (22).

Autoridades japonesas dizem que ainda não receberam nenhuma solicitação específica dos EUA sobre a política cambial.

A última grande ocasião em que os EUA pressionaram o Japão a fortalecer o iene foi em 1985, quando Washington liderou o G7 em uma desvalorização coordenada do dólar sob o Acordo de Plaza.

O foco do presidente dos EUA, Donald Trump, em lidar com um enorme déficit comercial e seus comentários anteriores criticando o Japão por manter intencionalmente um iene fraco.

A ação elevou a expectativas do mercado de que Tóquio enfrentará pressão para fortalecer o valor do iene em relação ao dólar e fornecer aos fabricantes dos EUA uma vantagem competitiva.

Essas expectativas têm fomentado o recente aumento do iene em relação ao dólar, atingindo o maior valor em sete meses.

Bessent também disse que está ansioso por discussões com o Japão sobre tarifas, barreiras não tarifárias e taxas de câmbio.

Fontes já haviam dito à Reuters que o ritmo lento com que o Banco do Japão está aumentando os custos de empréstimos de níveis ultrabaixos também poderia ser criticado nas negociações comerciais bilaterais.

Mas há pouco que o Japão possa fazer para influenciar as taxas de câmbio de forma benéfica para ambos os países.

A última incursão do Japão no mercado cambial foi em 2024, quando comprou ienes para sustentar a moeda de uma mínima de quase três décadas, a 161,99 por dólar, atingida em julho.

Com as quedas generalizadas do dólar já tendo empurrado o iene para cerca de 140, as autoridades japonesas estão cautelosas em tomar medidas para fortalecer ainda mais a moeda por medo de reduzir a margem dos exportadores em um momento de tensões tarifárias.

O obstáculo é ainda maior para usar a política monetária como um meio de sustentar o iene.

O Banco do Japão não está disposto a apressar o aumento dos juros em um momento em que as tarifas de Trump ameaçam inviabilizar a frágil recuperação econômica do Japão.

A elevação dos juros em resposta às demandas dos EUA também corroeria a independência do Banco do Japão na definição da política monetária e colocaria em risco a credibilidade do banco central, dizem analistas.

No final, os dois países podem buscar um meio-termo na linguagem que usam para descrever os movimentos cambiais.

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