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Entenda por que os fãs do Arsenal iniciaram a campanha “Visit Tottenham”

Uma parte dos torcedores do Arsenal — que formam o grupo “Gunners for Peace” — vem promovendo na Inglaterra um barulhento protesto contra o patrocínio “Visit Rwanda”, atualmente estampado na manga do uniforme do time.

De acordo com esses fãs, a iniciativa critica o suposto apoio de Ruanda à milícia M23, envolvida no conflito na República Democrática do Congo. Esse mesmo grupo iniciou a campanha “Visit Tottenham”, que faz referência ao principal rival do próprio Arsenal. A justificativa foi dada por meio de um vídeo nas redes sociais.

 

“O Arsenal é um ótimo clube. Temos padrões. É por isso que o Visit Rwanda precisa acabar. Este é o mesmo regime que financia uma milícia brutal com milhares de vítimas no leste do Congo. Achamos que qualquer coisa — literalmente qualquer coisa — seria melhor do que o Visit Rwanda. Até o Tottenham”, diz a publicação.

“Não queremos que o nosso clube venda a alma a quem pagar mais. E certamente não queremos ostentar isso abertamente. Achamos que qualquer coisa — literalmente qualquer coisa — seria melhor do que Visitar Ruanda”.

Em janeiro deste ano, a RDC registrou um novo surto de violência que deslocou milhares de civis após um grupo rebelde apoiado por Ruanda tomar o controle da principal cidade do leste do país. A ONU classificou como “verdadeiramente inimaginável” o sofrimento gerado pelo conflito.

O acordo de patrocínio entre o Arsenal e o governo ruandês começou em meados de 2018 e vale hoje 10 milhões de libras (cerca de R$ 75 milhões) por temporada, com o objetivo de incentivar o turismo no país africano.

“Patrocínio é, antes de tudo, sobre comunidade. Ele pressupõe um alinhamento de valores entre marca, clube e torcida. Quando esse alinhamento se rompe — como muitos torcedores percebem no caso de ‘Visit Rwanda’ — a resposta vem rápido. Porque, diferente de uma mídia convencional, o patrocínio habita o espaço emocional do torcedor. O mesmo investimento, se tivesse sido feito em placas de rua por Londres, dificilmente causaria mobilização. Mas na camisa do Arsenal, o impacto é íntimo. E nesse território, qualquer ruído vira protesto”, analisa Ivan Martinho, professor de marketing esportivo da ESPM.

O fato de um dos clubes mais ricos da Inglaterra receber apoio financeiro de um governo autoritário, oriundo de uma nação que figura entre as mais pobres do mundo, também é desaprovado pelo grupo.

“A repercussão dessa campanha dos torcedores do Arsenal revela duas dimensões importantes. Do ponto de vista econômico, patrocínios controversos podem gerar ruídos na reputação do clube e afetar sua relação com marcas futuras. Já no aspecto anímico, esse tipo de protesto mostra como a identidade do torcedor está profundamente ligada a valores. Quando a paixão pelo clube entra em conflito com questões éticas, o engajamento pode virar resistência. Reputação também é um ativo”, comenta Bruno Brum, CMO da Agência End to End.

“O sportswashing se faz presente no esporte em diversas ocasiões. Acho interessante a postura de alguns torcedores do Arsenal. O dinheiro investido do patrocínio nunca deve sobrepor os valores e tradição do clube”, completa Fábio Wolff, sócio-diretor da Wolff Sports.

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