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Adolescente de MT alvo de operação transmitiu morte de gato ao vivo para 400 pessoas

As investigações da Polícia Civil revelaram que o adolescente de 15 anos, morador de Rondonópolis, a 218 km de Cuiabá, e alvo da Operação Mão de Ferro 2, transmitiu ao vivo para cerca de 400 pessoas o momento em que matava um gato.

Além disso, ele teria ordenado que outra adolescente comesse papel e bebesse água da privada, segundo a polícia.

Batizada de Operação Mão de Ferro 2, a ação mira grupo que incentivava violência digital entre crianças e adolescentes. (Foto: PJC)

O adolescente foi internado nesta terça-feira (27) em uma unidade socioeducativa. Segundo as investigações, ele é apontado como um dos líderes de uma organização criminosa que atuava na internet, promovendo crimes como indução à automutilação e ao suicídio, perseguição virtual (stalking), ameaças, divulgação de pornografia infantil, apologia ao nazismo e invasões de sistemas informatizados.

De acordo com o delegado Gustavo Godoy, a morte do animal foi transmitida pelo adolescente de Rondonópolis por meio da plataforma Discord. Ele já havia sido alvo da Operação Discordância, mas, menos de um ano depois, voltou a utilizar o celular para cometer novos crimes.

Delegado Gustavo Godoy
O delegado da DRCI, Gustavo Godoy, detalha crimes praticados por adolescentes na internet. Foto: PJC-MT.

“Chegou ao ponto de 400 pessoas estarem em uma sala assistindo o adolescente matando um gato ao vivo. Menos de um ano depois, o adolescente voltou a ter o uso do celular liberado pelos pais sem nenhum supervisão”, afirmou em entrevista coletiva nesta terça-feira.

Para o delegado Gustavo Godoy, a cena foi tão perturbadora que chegou a chocar até os profissionais de segurança acostumados com crimes violentos.

“São cenas que até para a gente da polícia que está acostumado, chega a ser uma imagem que choca.”, afirmou.

Além do adolescente de Rondonópolis, uma adolescente de Sinop também foi alvo da operação e acabou internada em uma unidade socioeducativa. Segundo o delegado Gustavo Godoy, embora fizesse parte da organização criminosa, ela também era vítima, sendo constantemente submetida às ordens e abusos do grupo.

O caso

Batizada de Operação Mão de Ferro 2, a ação é parte de um esforço conjunto da Polícia Civil de Mato Grosso com o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP). Ao todo, foram cumpridos 22 mandados judiciais, incluindo buscas, apreensões, prisões temporárias e medidas socioeducativas. A ação acontece em 12 estados brasileiros.

As investigações revelaram a existência de uma rede articulada, composta inclusive por adolescentes, que promovia práticas como indução à automutilação e ao suicídio, perseguição virtual (stalking), ameaças, compartilhamento de conteúdos violentos e pornografia infantil, apologia ao nazismo e invasões de sistemas.

As ações criminosas ocorriam principalmente por meio de plataformas como WhatsApp, Telegram e Discord, onde eram divulgados materiais de extrema violência, além de estimular comportamentos autodestrutivos e coação psicológica de vítimas — em sua maioria adolescentes.

Conversas extraídas de celulares apreendidos revelam o teor das ameaças e abusos praticados pelos adolescentes investigados. As mensagens divulgadas mostram o adolescente de Rondonópolis, coagindo vítimas com frases como: “Vai lá na delegacia fazer um BO contra mim mesmo, sua piranha, enquanto você vai, eu vou fazendo com a sua filha.”

⚠️(Atenção: diálogos fortes)⚠️

Prints mostram ameaças, coação e abusos contra vítima. (Foto: Reprodução)
Prints mostram ameaças, coação e abusos contra vítima. (Foto: Reprodução)

Possíveis crimes e penas

Os investigados poderão responder por diversos crimes previstos no Código Penal e no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), entre eles:

  • Indução à automutilação e ao suicídio (pena de até 6 anos, dobrada se a vítima for menor)
  • Perseguição virtual (stalking) (pena de até 2 anos, aumentada para crimes contra crianças)
  • Ameaças (pena de até 6 meses)
  • Pornografia infantil (até 6 anos de reclusão por compartilhamento)
  • Apologia ao nazismo (pena de até 5 anos)
  • Invasão de sistemas informatizados (pena de 1 a 4 anos)

As penas, somadas, podem ultrapassar 20 anos de reclusão, além de aplicação de multas.

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