“Misturar política com economia é um erro grave”, diz Mendes sobre tarifaço

O governador Mauro Mendes (União Brasil) voltou a criticar a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros e afirmou que o republicano comete um erro grave ao misturar política com economia. Para Mendes, a medida é injustificável do ponto de vista comercial e demonstra instabilidade nas ações de Trump.

“Ele está errando de forma grotesca ao misturar política com a economia. Não tem motivo nenhum para ele criar essas tarifas contra o Brasil. O saldo da balança comercial é positivo para os Estados Unidos”, declarou o governador.

A tarifa foi anunciada pelo presidente americano a duas semanas, e a justificativa apresentada seria a “perseguição política” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. Mendes reconheceu o direito de Trump de se posicionar politicamente e defender seus aliados, mas destacou que, ao usar sanções econômicas por motivos ideológicos, o ex-presidente “perde a razão”.

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“Quando ele mistura política com economia, ele começa a perder a razão. Ele não poderia estar retalhando o país com medidas econômicas que são ruins para todos nós brasileiros, e também para os americanos”, afirmou.

Mato Grosso tem pouco impacto, mas Brasil pode perder

Segundo o governador, apenas 1,5% das exportações de Mato Grosso têm como destino os Estados Unidos, mas o impacto da medida pode ser muito maior para outros estados e para o país como um todo. “Tem estado que chega a mais de 30% de dependência. A média brasileira está em 15%. E ainda assim, os americanos saem ganhando — a balança é favorável a eles”, disse.

Mendes ainda comentou que os argumentos de Trump são frágeis e que seu comportamento é “instável e agressivo”, apontando que ele adota a mesma postura com outras potências. “Ele fez isso com os chineses, com a Europa, com o Canadá, com o México. É um estilo aleatório, diferente — para não dizer louco — de fazer negociações.”

“Precisamos tirar a política de lado”

Para Mendes, cabe ao Brasil reagir com inteligência e equilíbrio. Ele citou o exemplo da China, que, segundo ele, soube administrar as tensões com Trump com paciência e habilidade. “Espero que as autoridades brasileiras tenham essa competência para entender os movimentos dele, que é um grande jogador, e jogar a favor do Brasil — e não contra.”

O governador também alertou que, se a crise se aprofundar, ambos os lados têm a perder. “Precisamos ter sabedoria, tirar a política de lado e fazer aquilo que é melhor para os brasileiros. É isso que eu peço às autoridades que têm o poder e o dever de fazer isso”, finalizou.