O cantor sertanejo Leonardo não faz mais parte da lista suja do trabalho escravo. A exclusão ocorreu após um acordo firmado com o Ministério Público do Trabalho de Goiás, revelado em reportagem da Repórter Brasil.
Pelo compromisso, Leonardo vai pagar R$ 500 mil por danos morais coletivos e assumir uma série de medidas para garantir que situações semelhantes não se repitam. Entre as exigências, estão a contratação formal de todos os trabalhadores, a implantação de um programa interno de integridade trabalhista e a capacitação de gestores sobre direitos trabalhistas.
O artista também se comprometeu a apresentar, no prazo de 120 dias, um relatório técnico de auditoria independente sobre as condições de trabalho em suas propriedades e a cumprir todas as normas de segurança e saúde no trabalho rural.
A denúncia que levou à inclusão do nome do cantor na lista partiu de uma fiscalização que encontrou trabalhadores dormindo em uma casa abandonada, sem acesso a água potável, banheiro ou camas. Os colchões improvisados eram feitos com tábuas de madeira e galões de agrotóxicos, e o ambiente estava tomado por insetos e morcegos, exalando um “odor forte e fétido”, segundo os fiscais.

A rotina dos empregados começava antes das 6h da manhã. Às 7h, já estavam no campo, arrancando pedras e raízes sem qualquer equipamento de proteção. As refeições eram feitas ao ar livre, embaixo de uma árvore, e a água disponível vinha de apenas quatro garrafas térmicas.
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Com o acordo, Leonardo evita processos judiciais e tenta virar a página diante da gravidade da denúncia. Procurado, o cantor ainda não se posicionou sobre o acordo fixado.