O ex-vereador por Cuiabá e servidor do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), Luis Cláudio, foi afastado da função que ocupa no Judiciário estadual devido a suspeitas de envolvimento em um esquema de fraude processual que causou prejuízo de R$ 21 milhões aos cofres da Corte. A determinação foi dada pelo desembargador José Zuquin Nogueira, presidente do TJMT, nesta quarta-feira (13).
O ex-vereador é o quarto servidor do judiciário suspeito de envolvimento no esquema desbaratado por meio da Operação Sepulcro Caiado, deflagrada no dia 30 de julho deste ano. Além dele, também foram afastados o técnico judiciário Mauro Ferreira Filho, a analista judiciária Eva da Guia Magalhães e a chefe de divisão Cláudia Regina Dias de Amorim Del Barco Correa.
Destes, apenas Mauro foi alvo de prisão preventiva. Ele se entregou à Polícia Civil no último dia 7, após passar oito dias foragido.
Outros envolvidos
Além dos servidores do poder judiciário, a Polícia Civil ainda suspeita do envolvimento de nove advogados e empresários. Entre os principais investigados estão nomes ligados a figuras do Judiciário e do Ministério Público mato-grossense.
Um dos presos é o advogado João Gustavo Ricci Volpato, marido de Flávia Oliveira Volpato, filha de um desembargador do Tribunal de Justiça. Ele é considerado líder da organização criminosa.
Outro alvo é Augusto Frederico Ricci Volpato, casado com Júlia Maria Assis Ascar Volpato, cunhada de Ulisses Rabaneda, conselheiro do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Ele é sócio de empresa credora e beneficiário no esquema.
Também está entre os investigados o advogado Régis Poderoso de Souza, irmão do promotor de Justiça Mauro Poderoso.
Também são investigados:
- Denise Alonso – Advogado
- Wagner Vasconcelos de Moraes – Advogado
- Melissa Franca Praeiro Vasconcelos de Moraes – Advogada
- Luiza Rios Ricci Volpato – Sócia de empresa credora e beneficiária no esquema
- Augusto Frederico Ricci Volpato – Sócio de empresa credora e beneficiário no esquema
- Rodrigo Moreira Marinho – Advogado
- Themis Lessa da Silva – Advogado
- João Miguel da Costa Neto – Advogado
- Mauro Ferreira Filho – Servidor
Indiciamento
Na semana passada, a Polícia Civil indiciou os 11 alvos da Operação Sepulcro Caiado. Conforme as investigações, cada um dos indiciados tinha funções e exercia uma atividade específica no esquema, descrito pela polícia como “sofisticado”. Eles foram presos durante os cumprimentos de mandados judiciais, da Operação Sepulcro Caiado, mas tiveram a liberdade decretada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
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