O governo federal anunciou que vai ampliar a aquisição de produtos perecíveis da agricultura familiar, como frutas, peixes e carnes, para abastecer programas de alimentação pública. A medida, revelada pelo ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, em entrevista à Voz do Brasil nesta quarta-feira (20), tem como foco a merenda escolar, hospitais, Forças Armadas, restaurantes universitários e ações voltadas a famílias em situação de insegurança alimentar.
De acordo com o ministro, a iniciativa busca oferecer refeições de maior qualidade e evitar desperdício de alimentos. “O governo vai estimular que estados e municípios adquiram esses produtos pelos programas públicos da alimentação escolar”, disse.
Produtos com foco interno
Teixeira explicou que itens como castanhas e café permanecem disputados no mercado internacional, sendo direcionados principalmente à exportação. Já alimentos mais sensíveis à conservação, como mel, açaí, uva e peixes, terão prioridade de compra para consumo interno, garantindo que não haja perdas. No caso da carne, por ser possível o congelamento e armazenamento, parte da produção poderá ser estocada e redirecionada quando necessário.
Cadeia produtiva protegida
O ministro destacou ainda que todos os editais de compras públicas vão incluir esses alimentos, assegurando proteção tanto aos produtores quanto à cadeia produtiva que depende deles. As negociações, segundo Teixeira, serão feitas com base no preço praticado no mercado interno, já que o governo não consegue competir com os valores pagos pela exportação em dólar.
“É uma forma de valorizar a produção nacional, oferecer comida de qualidade para a população e garantir estabilidade aos agricultores familiares e empreendedores do setor”, reforçou.

O tarifaço de 50% aplicado pelos Estados Unidos sobre todos os produtos brasileiros, desde 1º de agosto. A medida foi justificada como resposta ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no STF e a supostas “práticas desleais” do Brasil.
Em reação, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva prometeu retaliação com base na Lei da Reciprocidade Econômica, destacando que o país “não aceitará ingerência externa”. O Brasil, no entanto, acumula déficit de mais de US$ 90 bilhões na balança comercial com os EUA desde 2009, o que contraria o argumento de prejuízo citado por Trump.
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