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Vinho brasileiro tem melhorado e deve entrar em Portugal, avalia Fundação Luso-Brasileira

A declaração pode soar estranha vinda de um português — povo que tem tanto orgulho de seus vinhos —, mas foi o que disse Pedro Campos Costa, presidente da Fundação Luso-Brasileira, instituição sem fins lucrativos que, em mais de 30 anos de história, tem como objetivo incentivar o intercâmbio de investimentos, bem como o fortalecimento das relações comerciais e culturais entre Brasil e Portugal.

Para ele, o que importa é que os dois países ampliem ainda mais suas relações em todos esses âmbitos — mesmo quando se trata de um dos produtos mais emblemáticos da cultura portuguesa. E os esforços vêm surtindo efeito: de acordo com dados da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), o investimento brasileiro em território português cresceu, em média, 12% ao ano nos últimos quatro anos. Em 2025, o Brasil consolidou-se como a segunda maior origem de capital fora da União Europeia, atrás apenas dos Estados Unidos. Os aportes concentram-se nos setores imobiliário, hoteleiro, tecnológico (startups) e industrial, além do segmento cultural, que já é historicamente expressivo.

“Muita coisa tem sido feita e muita coisa tentamos fazer, mas precisamos superar alguns desafios, como as tarifas alfandegárias, que se tornam um entrave. É por isso que defendo que o acordo entre Mercosul e União Europeia seja concluído. Nosso objetivo é incentivar os investimentos e também dar conforto aos brasileiros que querem morar em Portugal, já que, por sermos um país tranquilo, temos esse atrativo que vai além do ambiente de negócios”, disse Campos Costa.

Ele acredita que os brasileiros que desejam investir na Europa devem ver Portugal como uma porta de entrada. “Precisamos de transparência nessa relação entre os dois países, para entender quem quer investir em ambos os lados. Portugal deve ser visto como o primeiro passo para um brasileiro que deseja formar sociedades na Europa, justamente por causa da língua. É muito mais fácil entrar no continente tratando com pessoas que falam o mesmo idioma e, depois, expandir para outros países, do que começar, por exemplo, pela França”, enfatizou o executivo.

Evento em São Paulo traz mercado de capitais para o centro da pauta

Por ser uma instituição sem fins lucrativos, a Fundação Luso-Brasileira vem se aproximando de parceiros do mercado de capitais nos dois países, entre eles o BTG Pactual e a IM Gestão de Ativos (IMGA) — maior gestora privada de Portugal, que em 2025 superou a marca de €5,9 bilhões sob gestão. Ambos estarão presentes na 3ª edição do Fórum Atlântico de Turismo e Investimento, que acontece em 11 de novembro de 2025, no Tivoli Mofarrej São Paulo Hotel, na capital paulista.

“Portugal é um destino estratégico para o capital brasileiro, com ambiente estável, segurança jurídica e oportunidades em setores como o imobiliário, a hotelaria, a indústria e a inovação tecnológica. A trajetória da IMGA traduz esse dinamismo e evidencia a internacionalização como próxima etapa da nossa estratégia”, afirmou Emanuel Silva, presidente executivo da IMGA.

Participarão do evento representantes de grandes empresas que atuam nos dois países, em uma programação que une perspectivas econômicas e diplomáticas. A 3ª edição do Fórum Atlântico de Turismo e Investimento pretende consolidar-se como um dos principais pontos de encontro entre Brasil e Portugal. Mais do que um espaço de debate, o evento evidencia a maturidade das relações bilaterais e o potencial crescente de cooperação em áreas estratégicas, como turismo, inovação e investimentos.

“O Fórum Atlântico é um espaço de diálogo e construção de pontes. Queremos aproximar ainda mais Brasil e Portugal, mostrando que o turismo e o investimento são vetores estratégicos para o desenvolvimento sustentável e para o fortalecimento das relações bilaterais. Até para realizarmos atividades culturais sustentáveis é necessário criar aproximações com o mercado de capitais, já que ele pode levar os dois países a um porto cada vez mais seguro”, defendeu Campos Costa.

Quando questionado sobre se a situação política de Portugal, com o avanço da extrema-direita, ou a possibilidade de um cenário eleitoral conturbado no Brasil no próximo ano poderiam minar o ambiente de negócios, o presidente da Fundação minimizou esses impactos.

“Entendemos que a economia corre em paralelo e nunca nos atrelamos a questões políticas. Para usar um bom provérbio português, defendo que devemos levar a água a mover moinhos.”

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