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Casa popular: a construção industrializada pode resolver o déficit habitacional

O desafio de garantir moradia digna a todos os brasileiros é um dos mais urgentes e complexos que enfrentamos como sociedade. Quando falamos em déficit habitacional, os números são tão expressivos que podem parecer abstratos, uma vez que representam a vida de milhões de pessoas. Dados recentes da PUCRS Online indicam que mais de 40 milhões de brasileiros vivem em residências que não atendem aos padrões mínimos de salubridade, um cenário que exige soluções ousadas. Assim, a pergunta que se impõe é: como responder a essa demanda com a velocidade, a qualidade e a eficiência necessárias? A resposta pode estar em uma mudança de paradigma na forma como construímos, ou seja, na industrialização da construção civil.

A construção tradicional, ainda hegemônica no país, é notória por seus longos prazos, desperdício de materiais e alta suscetibilidade a variações de custo e intempéries. Imagine, por outro lado, a produção de uma casa com a precisão e a eficiência de uma linha de montagem. A construção industrializada, que utiliza técnicas como steel frame e painéis pré-moldados, traz exatamente essa lógica. Ao migrar a maior parte do processo para um ambiente controlado, como uma fábrica, ganha-se um controle de qualidade rigoroso e uma velocidade de execução que pode reduzir o tempo de obra pela metade. Essa agilidade é decisiva quando o objetivo é escalar a produção de moradias populares e transformar rapidamente a realidade de famílias em situação de vulnerabilidade.

Além da velocidade, a industrialização oferece benefícios que são fundamentais para a durabilidade e a qualidade de vida nas moradias. A precisão industrial resulta em um melhor desempenho térmico e acústico, criando ambientes mais confortáveis e saudáveis. A redução drástica do desperdício de tempo e materiais torna o processo mais sustentável e econômico, um fator crucial para a viabilidade financeira de programas públicos. E, talvez um dos pontos mais relevantes, a construção industrializada gera edificações que demandam significativamente menos manutenção ao longo do tempo, assegurando que o patrimônio da família seja preservado e que os recursos públicos possam ser realocados para outras necessidades.

Programas de grande escala, como o Minha Casa, Minha Vida (MCMV), são vitais para enfrentar o déficit. No entanto, para cumprir sua missão com excelência, eles precisam de parceiros que entreguem não apenas quantidade, mas qualidade comprovada e eficiência no uso do dinheiro público. Nesse ponto, a industrialização se apresenta como o parceiro ideal. Um projeto de pesquisa da FGV EPGE, que avalia os impactos do MCMV na saúde infantil, já sinaliza que melhorias na infraestrutura domiciliar têm externalidades positivas sobre o bem-estar das famílias. Oferecer uma moradia bem construída desde o primeiro dia é o melhor ponto de partida para colher benefícios sociais.

Portanto, não se trata apenas de adotar uma nova tecnologia, mas de abraçar uma nova mentalidade. A industrialização na construção civil é mais do que uma tendência: é uma ferramenta poderosa para materializar o direito constitucional à moradia. Oferece a possibilidade de construir com rapidez, sem abrir mão da robustez e do conforto. É a chave para transformar estatísticas alarmantes em histórias reais de famílias conquistando um lar digno de verdade. O Brasil tem a oportunidade de dar um salto de qualidade em seu desenvolvimento social a partir da mudança na maneira como constrói suas cidades. E esse futuro, mais justo e eficiente, começa na fábrica.

*Daniel Gispert é presidente da SteelCorp, ecossistema de empresas especializadas em construção industrializada

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