A expectativa é que o 13º salário movimente mais de R$ 321,4 bilhões na economia brasileira em 2025, impulsionando o comércio, o turismo e o setor de serviços. O pagamento é tradicionalmente um dos fatores que mais estimulam o consumo no fim do ano, sendo considerado essencial para o crescimento do PIB no último trimestre.
O benefício será pago em duas parcelas — até 30 de novembro e 20 de dezembro, conforme determina a legislação trabalhista -, e continua sendo um dos direitos mais aguardados pelos trabalhadores. Mas, segundo o economista Fabrício Lacerda, usar o dinheiro com estratégia pode render muito mais do que uma temporada de compras.
“Com juros ainda em patamar elevado e um cenário de desaceleração econômica, o 13º pode ser um ponto de virada para quem quer começar a investir. Mesmo valores menores, se bem aplicados, podem gerar ganhos consistentes ao longo do tempo”, afirma Lacerda.
O especialista destaca que o primeiro passo é avaliar a situação financeira antes de decidir o destino do dinheiro. “Se há dívidas, a prioridade deve ser quitá-las, especialmente as de juros altos, como cartão e cheque especial. Agora, se as contas estão em dia, o ideal é investir o valor para começar o próximo ano com mais segurança e perspectiva de crescimento.”
A seguir, o economista lista cinco caminhos inteligentes para aplicar o 13º salário:
1. Crie ou reforce sua reserva de emergência
Quem ainda não tem o equivalente a seis meses de despesas fixas guardados deve priorizar esse objetivo. “É o colchão financeiro que garante tranquilidade diante de imprevistos. Tesouro Selic ou CDBs com liquidez diária são boas opções”, orienta Lacerda.
2. Aproveite o bom momento da renda fixa
Mesmo com a Selic em trajetória de queda, os títulos de renda fixa seguem atrativos. “CDBs, LCIs e LCAs continuam oferecendo rentabilidade real positiva, com segurança e previsibilidade. É uma excelente porta de entrada para quem está começando a investir”, explica.
3. Avalie fundos imobiliários e renda variável com cautela
Para quem já tem reserva e quer diversificar, os fundos imobiliários podem ser uma alternativa interessante. “Com a redução dos juros, o setor tende a se valorizar, e os dividendos mensais ajudam a criar uma renda extra recorrente”, afirma.
4. Invista em conhecimento e capacitação
O economista lembra que nem todo investimento é financeiro. “Usar parte do 13º para aprimorar habilidades, cursos de atualização ou certificações pode aumentar o potencial de renda futura — e esse retorno costuma ser duradouro.”
5. Evite aplicar por impulso
Lacerda alerta para a tentação de entrar em modas de investimento ou seguir dicas de internet. “A pressa é inimiga da rentabilidade. Avalie o perfil de risco, os objetivos e, se possível, busque orientação profissional antes de aplicar.”
O especialista conclui que o segredo está em transformar o bônus em um passo estratégico. “Mais do que um alívio de fim de ano, o 13º é uma oportunidade de começar 2026 com mais estabilidade e propósito financeiro.”