• Home
  • Economia
  • Zissou inaugura nova fase com entrada em shopping e aposta em ecossistema do sono

Zissou inaugura nova fase com entrada em shopping e aposta em ecossistema do sono

A Zissou, marca brasileira de colchões bed-in-a-box, está despertando para uma fase de crescimento. Depois de se consolidar como nativa digital com sete lojas de rua e forte presença no e-commerce, a empresa dá agora o salto para o varejo físico em shopping centers com a inauguração de sua primeira loja no Shopping Villa Lobos, em São Paulo. O movimento marca o início de uma estratégia mais ampla de expansão e diversificação do portfólio, que inclui produtos de cama e banho e experiências presenciais como o SPA Zissou, e um plano para ter 100 lojas e faturamento de R$ 400 milhões em três anos. As vendas em 2025 devem fechar em R$ 50 milhões.

Para o CEO e cofundador Ilan Vasserman, o passo representa a consolidação de uma visão construída desde 2017. “A gente é uma marca nativa digital que acredita que o sono é um dos pilares fundamentais de saúde e bem-estar, junto com alimentação e atividade física”, afirmou o executivo em entrevista ao BRAZIL ECONOMY. “O ser humano é a única espécie que hackeia o sono, e a Zissou nasceu justamente para redefinir essa relação das pessoas com o ato de dormir.”

Com 70% da receita atual proveniente da venda de colchões, a empresa aposta na entrada em shopping centers para se aproximar de um público que busca experiências de compra mais imersivas e emocionais. “O colchão é uma compra planejada, mas produtos de cama e banho têm um apelo mais impulsivo. A loja no Villa Lobos é um marco porque leva a Zissou para um novo ambiente, com o mesmo cuidado que temos com o consumidor e a experiência”, explica o executivo.

A Zissou se tornou conhecida no Brasil por introduzir o conceito bed-in-a-box, que comprime o colchão e o entrega em uma caixa compacta, reduzindo custos logísticos e permitindo ao consumidor experimentar o produto por até 100 dias. “Esse modelo foi um viabilizador do nosso negócio digital, mas o nosso diferencial hoje vai muito além disso. Trabalhamos com pesquisa e desenvolvimento, materiais de alta performance e uma experiência premium de atendimento”, disse Vasserman. A primeira fase de expansão prevê a abertura de 10 novas unidades já em 2026, com investimentos médios entre R$ 500 mil e R$ 700 mil por loja, incluindo Capex e capital de giro.

A produção, inicialmente feita nos Estados Unidos, foi internalizada em 2021. Atualmente, a manufatura ocorre em parceria com uma empresa brasileira que utiliza tecnologia e insumos da americana Leggett & Platt, uma das maiores fornecedoras de molas ensacadas do mundo. “O design é totalmente proprietário, e hoje temos três modelos de colchões com preços entre R$ 5 mil e R$ 20 mil. O tíquete médio é de R$ 8 mil, e o nosso SKU mais vendido gira em torno de R$ 14 mil”, detalhou o CEO.

A grife do sono

A estratégia da Zissou se apoia em uma tendência global que ganhou força nos últimos anos: o sono como elemento central do bem-estar. “Essa conscientização começou antes da pandemia, impulsionada por obras como A Revolução do Sono, da Arianna Huffington, e Por Que Dormimos, do neurocientista Matthew Walker. Esses estudos mostraram o impacto do sono na saúde, na memória e na produtividade. Hoje, mais de 30% da população dorme menos de seis horas por noite, algo que há cem anos atingia apenas 1% das pessoas”, explicou Vasserman.

Essa nova mentalidade fez surgir o conceito de “wellness do sono”, que transformou o descanso em símbolo de status e autocuidado. É nesse contexto que a Zissou busca se posicionar como uma marca aspiracional, uma “grife do sono”. “Quando começamos, ninguém no Brasil olhava o sono dessa forma. Era sempre associado a remédios ou a uma experiência clínica. Nossa proposta foi transformar o ato de dormir em algo desejável, conectado a prazer, design e performance”, afirmou o CEO.

O plano de expansão da Zissou combina lojas de rua e unidades em shopping centers, priorizando grandes regiões metropolitanas. “Usamos nossa base digital para mapear regiões com alta penetração e calcular o retorno potencial do investimento físico. É praticamente um mapa do PIB brasileiro”, disse Vasserman.

Por ora, todas as lojas serão unidades próprias, mantendo o controle total sobre a experiência do cliente. “Já flertamos com o modelo de franquia, mas nosso negócio exige um perfil mais próximo de business development, com relacionamento com arquitetos e formadores de opinião. O modelo de shopping ajuda a resolver a questão geográfica e traz escala sem abrir mão da essência da marca”, explicou.

O plano foi desenvolvido com apoio de Paulo Krugman, conselheiro da Vivara e investidor estratégico da empresa. Segundo Vasserman, a tese de expansão combina rentabilidade por loja, tíquete médio elevado e aumento da recorrência com produtos complementares. “Temos uma receita por metro quadrado bastante expressiva e uma margem que nos permite crescer de forma saudável.”

O SPA do sono

Além do varejo, a Zissou também está testando novas frentes de negócio. Em São Paulo, inaugurou em 2024 o SPA Zissou, localizado na loja de Moema. O espaço oferece massagens, aromaterapia e rituais de relaxamento com foco na melhoria do sono e na integração com os produtos da marca. “Criamos um ambiente em que o cliente pode ter uma experiência sensorial completa, inclusive com um cochilo profundo de 15 minutos. É uma forma de tangibilizar o propósito da marca e gerar fluxo para as lojas”, explicou o CEO.

A ideia é expandir o conceito para novas unidades e parcerias estratégicas. “Fomos procurados por lounges de aeroporto interessados em levar o SPA Zissou para áreas de descanso, onde a privação de sono é um problema recorrente. Estamos modelando isso como um software de marca, que pode ser replicado em diferentes ambientes.”

O nome da empresa, inspirado no filme “A Vida Marinha com Steve Zissou”, de Wes Anderson, reflete a filosofia criativa da marca. “O personagem é um explorador submarino, e para nós isso simboliza o mergulho no inconsciente, a ponte entre o dormir e o viver. O ‘Zzz’ é a onomatopeia clássica do sono e traduz essa ideia de elevação e descanso”, contou Vasserman.

Com uma trajetória que começou digital e hoje se expande para o mundo físico, a Zissou quer transformar o sono em um novo código de lifestyle. “Nosso objetivo é criar uma cultura de valorização do descanso, com design, tecnologia e propósito. Dormir bem é viver melhor, e é isso que queremos entregar em cada produto e experiência.”

 

Clique aqui para acessar a Fonte da Notícia

VEJA MAIS

“Se antes o Brasil caminhava para o caos fiscal, agora ele corre”, diz Mauro Mendes

Mauro Mendes é um daqueles políticos que seguem uma trajetória diferente do padrão habitual. Goiano…

Fortaleza supera virada do Grêmio e arranca empate, mas segue atolado no Z4

Empate movimentado no duelo tricolor no Castelão. Em busca da arrancada para permanecer na Série A,…

Zissou inaugura nova fase com entrada em shopping e aposta em ecossistema do sono

A Zissou, marca brasileira de colchões bed-in-a-box, está despertando para uma fase de crescimento. Depois…