Mais de 75% das famílias mato-grossenses sobrevivem com renda per capita de até dois salários-mínimos, segundo dados do Censo Demográfico 2022, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O levantamento revela que, apesar do crescimento econômico do estado nos últimos anos, a distribuição de renda permanece altamente concentrada, com poucos grupos concentrando os maiores rendimentos.
De acordo com o estudo, 2,77% das famílias não têm qualquer rendimento, o que equivale a cerca de 27 mil domicílios vivendo sem fonte de renda declarada. Na outra ponta, apenas 4,41%, aproximadamente 45,5 mil famílias, possuem renda superior a cinco salários mínimos, faixa que concentra a elite econômica do estado.
O levantamento mostra que o perfil predominante das famílias mato-grossenses é de baixa renda, refletindo desigualdades históricas entre as regiões e evidenciando a dificuldade de acesso a empregos formais e oportunidades em áreas rurais e periféricas.
Especialistas apontam que, mesmo com o avanço do agronegócio e o aumento do Produto Interno Bruto (PIB) estadual, os ganhos continuam concentrados em poucos setores, enquanto a maioria da população depende de ocupações informais ou de baixa remuneração.
Os dados reforçam o desafio de reduzir a pobreza e ampliar a renda média familiar, especialmente em municípios do interior, onde a informalidade e a falta de políticas públicas estruturais ainda limitam a mobilidade social.
O levantamento integra a série “Censo 2022 – Nupcialidade e Família”, que detalha a composição dos domicílios e os perfis socioeconômicos das famílias brasileiras.
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