O segmento de multipropriedades mantém ritmo acelerado de expansão no Brasil e deve superar R$ 90 bilhões em Valor Geral de Vendas (VGV) nos próximos anos, segundo projeção da Caio Calfat Real Estate Consulting. O modelo, que permite a aquisição compartilhada de unidades em empreendimentos turísticos, vem conquistando espaço ao oferecer maior flexibilidade, acesso a hospedagens de alto padrão e custos reduzidos de compra e manutenção.
A pesquisa mostra que a modalidade se consolidou como uma das principais forças de crescimento da indústria turística nacional, impulsionada pela melhoria da infraestrutura em diversos destinos e pela ampliação das opções de acesso. O movimento acompanha a retomada vigorosa do turismo interno e o interesse crescente de consumidores por alternativas de lazer com potencial de valorização imobiliária.
Na prática, a multipropriedade divide a posse do imóvel entre vários compradores, cada um com direito a períodos específicos de uso ao longo do ano. Para o CEO da CSX Holding, Caio Santomo, o formato democratiza o acesso a resorts e complexos turísticos completos. “O proprietário garante férias planejadas e controladas, sem arcar com os altos custos de manter uma segunda residência”, afirmou.
Um dos exemplos que ilustra o avanço do setor é o Collina D’Itália, empreendimento da Monte Carlo em construção em Campos do Jordão (SP). Com perfil mais intimista, o projeto oferece unidades de 35 m² a 220 m² e frações a partir de R$ 86 mil, que asseguram aos compradores ao menos sete dias de hospedagem anual.
Além do impacto no turismo, o setor tem efeito direto sobre a economia das cidades que recebem esses empreendimentos. Santomo destaca que o aumento do fluxo de visitantes ao longo de todo o ano beneficia diversos segmentos. “Hotéis, restaurantes, comércio e serviços são favorecidos com mais movimento, gerando empregos diretos e indiretos”, disse.
A expansão do número de proprietários também contribui para o aumento da arrecadação local, criando condições para investimentos em infraestrutura e melhorias urbanas. “A evolução da estrutura das cidades torna o destino mais competitivo e apto a atrair eventos, parcerias e novos investimentos”, afirmou o executivo.