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Unox coloca inteligência (humana e artificial) na cozinha e aquece resultados no Brasil

Ao chegar à sede da Unox, localizada em um andar inteiro de um prédio comercial no bairro da Barra Funda, em São Paulo, dois ambientes chamam a atenção. Um deles é o showroom da marca italiana de fornos industriais — e não se trata apenas de um mostruário. Ele é funcional. Ali, a companhia recebe potenciais clientes e representantes de empresas com as quais já possui relação comercial, tanto para mostrar os produtos quanto para apresentar, na prática, suas características, com almoços, jantares e cafés. O outro ambiente destacado é uma ampla sala que está em obras e, em breve, será mais uma área para demonstrar seus fornos, especialmente para conveniências especializadas em salgados e refeições rápidas. É investimento da Unox no relacionamento com os clientes, estratégia que tem feito a diferença para que a operação brasileira da marca, uma das 43 filiais espalhadas pelo mundo, registre crescimento maior do que a média global da companhia.

Globalmente, a Unox registrou crescimento de 15,1% em 2024, com um faturamento de € 328 milhões. Para 2025, a estimativa é de receita na casa de € 350 milhões, um avanço de 6,7% em relação ao ano anterior. O Brasil é o quinto país que mais cresceu.

“Temos nos destacado pelo rápido crescimento que temos atingido. Estamos mais próximos dos clientes, para atender suas necessidades e manter uma linha direta de apoio”, disse Fábio de Medeiros, diretor-geral da Unox no Brasil, ao BRAZIL ECONOMY.

A marca atuou no País de 2010 a 2020 como distribuidora. Nos últimos cinco anos, mantém operação própria, com setores comercial e administrativo, centro de distribuição em Hortolândia (SP), 90 chefs de cozinha (para ensinar o manuseio e as receitas) e 160 técnicos credenciados (para instalar e dar suporte pós-venda).

Fábio de Medeiros, diretor-geral da Unox no Brasil

A estrutura de atendimento a clientes corporativos é segmentada em quatro vertentes: redes de supermercados; hospitais e hotelaria; lojas de conveniência, restaurantes e pequenos varejos; e catering (cozinhas industriais).

“Trabalhamos com um atendimento muito segmentado, porque cada setor tem uma dor, tem uma necessidade”, ressaltou Medeiros. “Nós não nos enxergamos como um fornecedor de equipamento. Somos um fornecedor de solução.”

É uma espécie de construção de negócios junto aos clientes. “Sabemos que existe um grande gap de mão de obra no mercado brasileiro. Pensamos em como podemos proporcionar, por meio da nossa tecnologia, um melhor ambiente dentro das cozinhas”, frisou o executivo.

Um dos exemplos é a parceria com uma rede de restaurantes especializada em galeto no Sul do País. O desafio proposto foi chegar, com o forno da Unox, ao mesmo ponto do frango assado na churrasqueira, uma tradição gaúcha.

“Fizemos os estudos, trabalhamos juntos, testamos diversas maneiras e receitas até chegar ao padrão ideal, que pode ser replicado em qualquer parte do mundo. Agora ele pode chegar a 300 lojas sem ter 300 churrasqueiros”, afirmou o diretor-geral da marca italiana.

E é nesse ponto que entra um dos desafios da Unox para progredir ainda mais no Brasil. “Temos de quebrar alguns paradigmas, para proporcionar mudanças de modelo mental”, disse Medeiros.

Segundo ele, no setor de alimentação, há processos que podem ser aprimorados com tecnologia. “Em uma cozinha industrial que faz 2.000 refeições por dia, o arroz, no processo tradicional com panela e água, pode ser melhorado com um forno combinado (de ar quente e vapor). Dependendo do processo, a produtividade pode ser 20% superior; ou seja, a empresa pode comprar 20% menos arroz. Isso mexe no ponteiro da operação”, salientou o executivo da Unox.

“Além da produtividade, há outros indicadores, como redução de gastos energéticos, rendimento dos alimentos, facilidade de uso operacional, consumo de água. Fazemos essa demonstração dentro da cozinha do cliente.” Ou dentro da própria Unox, na Barra Funda, em São Paulo.

“Nossos produtos minimizam perdas e maximizam a produção”, complementou Valentino Saccardo, diretor de operações da Unox no Brasil, que atua na marca há mais de 15 anos — inicialmente com representação no Brasil, depois na Europa, e hoje como executivo direto da companhia no País.

E quais pratos é possível preparar nos fornos? Mais fácil dizer os que não são: feijão e sopa. E o feijão, com técnica, até pode ser feito — mas não terá eficiência operacional para larga escala.

Forno com Inteligência Artificial

Se há inteligência na gestão do negócio, também há inteligência — artificial — embarcada nos produtos da Unox. O modelo CheftopX, com o sistema optic.cooking, reconhece o alimento e inicia o programa de cocção automaticamente. Assim, é possível “cozinhar de olhos fechados”, defende a marca.

Entre outras funções estão a inserção de receitas e fotos dos produtos e dos pratos, para montar uma biblioteca própria de cardápios personalizados. Essa inserção pode ser feita diretamente no forno ou pelo aplicativo, que também é conectado ao equipamento. Caso seja uma rede de restaurantes, com muitos fornos, todos recebem a receita de forma online. “É o equipamento mais inteligente e conectado do mercado”, disse Saccardo sobre o modelo que já está sendo utilizado pela Sapore, uma das maiores companhias de refeições corporativas do Brasil.

Outro destaque do forno é a possibilidade de contatar um técnico pelo próprio equipamento, que tem uma tela frontal usada para mostrar receitas e funções, mas que também é utilizada para fazer videochamadas, se necessário. É um forno e um computador ao mesmo tempo. Uma solução, não apenas um equipamento, como ressaltou Fábio de Medeiros.

Assim, a Unox coloca inteligência no negócio — e aquece suas receitas e seu faturamento no Brasil.

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