Um feminicídio foi registrado na manhã deste domingo (23) em uma pensão no bairro Maria Vidilina II, em Sinop (MT). A vítima, Gislaine Ferreira da Silva, de 33 anos, foi encontrada morta após ser atacada com golpes de faca. Segundo a Polícia Civil, o suspeito do crime é o companheiro da vítima, que não teve a identidade divulgada e está internado após ser contido por uma testemunha.
A Polícia Militar esteve no endereço duas vezes durante a madrugada; na segunda ida, a vítima já estava sem vida.
Com a morte da Gislaine, o número de feminicídios em Mato Grosso, sobe para sobe para 51º só em 2025. O número já supera a taxa de todo o ano passado, quando o estado registrou 47 vítimas, segundo o Observatório Caliandra do Ministério Público.
De acordo com a Polícia Civil, Gislaine e o suspeito, que moravam na mesma pensão, tinham histórico recente de discussões. Durante a madrugada, por volta das 2h40, a Polícia Militar chegou a ser acionada após moradores relatarem uma briga no local.
Ao chegar, os policiais encontraram Gislaine na rua, jogando pertences do companheiro para fora do quarto. Questionada, ela afirmou que não estava sendo agredida naquele momento e que apenas reagia após uma suposta traição.
A equipe verificou os demais cômodos e conversou com uma testemunha que relatou ter ouvido a discussão. Como Gislaine não apresentava ferimentos, os militares a orientaram a registrar ocorrência e pedir medida protetiva. Conforme o boletim, ela recusou a orientação e disse que não desejava formalizar a denúncia naquele momento.
Cerca de uma hora e meia depois, às 4h10, uma nova chamada levou a PM de volta à pensão. Dessa vez, Gislaine já estava caída no chão, com diversas perfurações pelo corpo.
Segundo o boletim, uma testemunha contou que o suspeito chegou alterado, voltou a discutir com Gislaine e passou a agredi-la. Depois, entrou no quarto, pegou uma faca e partiu para cima da vítima.
A testemunha tentou interromper o ataque e atingiu o suspeito na cabeça com um pedaço de ferro, conseguindo parar com as agressões.
Equipes da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros foram acionadas, mas a vítima não resistiu aos ferimentos e morreu ainda no local.
O suspeito foi preso em flagrante e levado pelo Corpo de Bombeiros para a Unidade de Pronto Atendimento André Maggi, onde permanece sob custódia policial devido ao ferimento.
A Polícia Civil segue apurando as circunstâncias do crime.
Rede de apoio e canais de denúncia
Casos de violência doméstica e familiar podem ser denunciados de forma anônima pelos seguintes canais:
- Disque 180 – Central de Atendimento à Mulher
- Disque 190 – Polícia Militar
- 127 – Ouvidoria do Ministério Público de Mato Grosso
O Observatório Caliandra também disponibiliza orientações, estatísticas, cartilhas e informações sobre a rede de atendimento em todo o estado.
Pena para feminicídio
Com a Lei nº 14.994/2024, a pena para feminicídio passou a variar de 20 a 40 anos de reclusão, antes era de 12 a 30 anos. A nova norma também endureceu outras regras: tornou obrigatório o uso de tornozeleira eletrônica em qualquer saída temporária concedida ao condenado e proibiu a visita íntima para quem cumpre pena por feminicídio.
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