A Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) emitiu nota de repúdio contra o ex-secretário de Assistência Social de Várzea Grande, Gustavo Henrique Duarte, após o mesmo ter insinuado conduta imprópria de policiais federais durante o cumprimento de um mandado de busca e apreensão.
A ADPF classificou as insinuações como “levianas” e saiu em defesa da delegada e equipe que atuaram na operação. Ele foi preso por desacato à autoridade nessa sexta-feira (14).
A entidade afirma que, diante dos ataques sofridos pela delegada Marianne Rodrigues Elias, a equipe agiu de forma profissional e exemplar durante toda a diligência. O investigado insinuou que os policiais federais teriam agido de maneira indevida.
“Não é admissível que policiais federais sejam atacados de forma intolerável, sem qualquer amparo legal, por atuar no cumprimento do seu dever funcional e em observância à Constituição Federal e à legislação vigente”, afirma a nota.
A associação também criticou a divulgação de vídeos nas redes sociais que expuseram a delegada e sua equipe, e reafirmou seu compromisso com a defesa da legalidade e da integridade profissional dos policiais federais.
A prefeita Flávia Moretti exonerou Gustavo, e nomeou a secretária-adjunta, Cristina Saito, como titular da pasta.
-
Vídeo mostra momento em que secretário desacata delegada e é preso em Várzea Grande
Entenda o caso
O secretário é acusado de divulgar notícias falsas contra o governador Mauro Mendes, e foi alvo de uma operação da Polícia Federal.
Em um vídeo gravado há mais de dois anos, Duarte questiona o governador sobre o uso de um avião do Estado para ir a um evento no Malai Manso Resort. O vídeo foi divulgado recentemente e gerou diversas manifestações, incluindo o pedido de perdão do secretário ao governador.
-
Secretário preso pela PF é bispo da Igreja Batista; veja currículo
-
PF investiga fake news e prende secretário em Várzea Grande
A Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão na casa e no local de trabalho do secretário, e ele foi conduzido para prestar depoimento. O secretário alega que o vídeo foi apenas um questionamento e que a operação da PF é uma tentativa de censura.
O governador Mauro Mendes, por sua vez, afirma que não tem qualquer tipo de gerência ou hierarquia sobre a Polícia Federal e a Justiça Federal, e que a operação foi realizada por determinação da Justiça Federal.
Veja a nota na íntegra:
A Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) manifesta apoio à Delegada de Polícia Federal Marianne Rodrigues Elias e sua equipe, bem como repudia o comportamento do investigado durante o cumprimento de mandado de busca e apreensão em Várzea Grande/MT, quando insinuou de forma leviana que os policiais federais teriam agido de maneira indevida.
Não é admissível que policiais federais sejam atacados de forma intolerável, sem qualquer amparo legal, por atuar no cumprimento do seu dever funcional e em observância à Constituição Federal e à legislação vigente. Durante toda a diligência, amplamente documentada em vídeo divulgado em redes sociais, a equipe manteve postura profissional e equilíbrio, conduzindo a operação com segurança e respeito aos direitos legais, até sua conclusão.
A ADPF repudia, ainda, a veiculação indevida e desrespeitosa promovida por aqueles que gravaram e divulgaram o vídeo nas redes sociais, expondo a Delegada e sua equipe, e reafirma o compromisso com a defesa da legalidade e da integridade profissional dos Delegados de Polícia Federal e de todos os policiais federais, que atuam diuturnamente na preservação da ordem pública e no cumprimento das decisões judiciais.
Brasília, 14 de fevereiro de 2025
Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF)
