No Brasil, existem atualmente cinco edifícios com mais de 200 metros de altura e outros 21 estão sendo projetados para serem entregues nos próximos anos, segundo dados do Conselho de Edifícios Altos e Habitat Urbano (CTBUH), organização internacional que estuda densidade urbana e crescimento vertical. A maioria deles — senão todos — é de alto padrão. Alguns estão em grandes centros, como a cidade de São Paulo e municípios de Santa Catarina; outros, em localidades que acompanham o avanço do agronegócio, como Rondonópolis (MT), Palmas (TO), Chapecó (SC), Rio Verde (GO) e Sorocaba (SP). É nessa esteira que a Atlas Schindler tem pegado carona e elevado seus negócios.
O Brasil é um dos cinco maiores mercados da companhia suíça, que globalmente faturou US$ 13,9 bilhões e lucrou US$ 1,25 bilhão. Nos primeiros nove meses deste ano, foram US$ 10,1 bilhões — um pouco abaixo do mesmo período do ano anterior — e lucro líquido de US$ 1,26 bilhão, patamar semelhante ao de todo o ano passado.
Por aqui, a receita é de R$ 3,4 bilhões, com expectativa de superar R$ 3,5 bilhões, segundo analistas de mercado. O país tem sido um dos mais importantes para os resultados da empresa. A fábrica em Londrina (PR), uma das 11 da corporação no mundo, acaba de ganhar um centro de pesquisa e desenvolvimento — um dos seis da Atlas Schindler no planeta —, em apoio ao laboratório de inovação de São Paulo.
“Temos uma das estruturas mais completas do mundo. Fazemos desde a concepção dos produtos, a pesquisa e o desenvolvimento, até a torre de testes e a fabricação. Isso nos possibilita atender ao mercado de maneira diferenciada”, disse Sergio Wriedt, diretor de novas instalações da Atlas Schindler.
A perspectiva é de crescimento próximo a dois dígitos neste ano, com 2026 ainda melhor, de acordo com o executivo. “Estamos plantando as sementes agora para colher uma safra melhor. Nossa expectativa está bem positiva para o ano que vem”, frisou.
As sementes plantadas são os lançamentos recentes. Um deles é o Schindler 6000, destinado a empreendimentos de alto e médio padrão, como centros comerciais e prédios residenciais.
Além da capacidade (até 2.600 quilos) e velocidade (até 3 metros por segundo), o modelo atende à demanda por personalização — seja pelos materiais (cerâmica, laminados e vidros) ou pelas possibilidades de acabamento (rodapés altos, opções variadas de iluminação e cores além do inox).
Também oferece interface moderna e intuitiva, com botoeiras que exibem informações em tempo real, mídia integrada e recursos inovadores. Uma viagem mais interativa e conectada, como divulga a empresa.
A escolha do conteúdo digital que será exibido no visor, a conexão com o celular via Bluetooth, o agendamento de viagens exclusivas, o envio de convites virtuais para visitantes até um andar predefinido e outras configurações são algumas das características do modelo, que promove maior interação entre o equipamento e o usuário. “Temos evoluído na experiência do usuário”, disse Wriedt.

O Schindler 6000 tem sido bastante adotado em condomínios comerciais que surgem em regiões nobres de São Paulo, como Itaim, Pinheiros e Morumbi, e em estados onde a construção civil tem ganhado notoriedade, como Santa Catarina, Goiás, Tocantins e Pernambuco.
Se há produto para o alto padrão, a Atlas Schindler também oferece soluções para empreendimentos mais básicos, com o relançamento da linha Schindler 1000, ideal para edifícios com poucas paradas.
“Com o modelo, atendemos ao mercado de padrão mais básico, que também tem evoluído no Brasil”, afirmou o diretor, ao ressaltar que o gap da construção civil está na classe média.
Perfil do mercado brasileiro
O perfil do mercado brasileiro de elevadores é diferente do de outras regiões, como a Europa. Enquanto aqui as novas instalações representam a maior parte da receita, no Velho Continente o destaque é o retrofit.
“Lá, o setor de construção é mais maduro e estabelecido, o que gera mais negócios em modernização dos equipamentos já existentes”, salientou Wriedt. A falta de incentivos do governo federal para reformas expressivas de edificações, como ocorre na Europa, é um obstáculo para que essa vertente seja mais efetiva no Brasil.
Já a terceira linha de negócios da Atlas Schindler é igual nos dois mercados: a assistência técnica. “No Brasil, temos unidades dentro das empresas clientes para atender prontamente às solicitações. São 150 unidades espalhadas por todo o país”, disse o executivo.