O governador Mauro Mendes (União), reagiu com críticas duras à decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que decretou nesta segunda-feira (5) a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por descumprimento de medidas cautelares. Em uma publicação nas redes sociais, o gestor estadual classificou a medida como “desnecessária, injusta” e parte de um processo marcado por polarização política e ideológica.
“Mais um lamentável capítulo desta triste história de polarização política, ideológica e política no Brasil”, escreveu o governador.
Segundo Mendes, a prisão representa “mais uma mácula no resultado de um julgamento que deveria ser justo e imparcial”, em referência às decisões judiciais relacionadas aos atos golpistas de 2023. Ele também criticou a seletividade da Justiça, afirmando que o país vive “a impunidade para os criminosos”, enquanto um ex-presidente é preso por “um suposto golpe que nunca aconteceu”.
“Enquanto isso, o país caminha para o caos nas contas públicas, um colapso na previdência e o avanço sem precedentes do crime e das facções criminosas”, alertou.
Mendes apontou ainda contradições no sistema judiciário, dizendo que “grandes traficantes são soltos diariamente, e réus confessos de desvios de bilhões em dinheiro público são inocentados”, enquanto Bolsonaro é punido.
Para o governador, é chegada a hora de “dar um basta”. Ele cobra foco nos reais problemas do Brasil e defende que nenhum excesso, ilegalidade ou abuso de poder — seja de cidadãos ou instituições — deve ser tolerado.
“Precisamos focar no Brasil e no que realmente pode ajudar a construir uma nação livre, soberana, democrática, sem tolerar nenhum excesso ou ilegalidade, de qualquer cidadão e, principalmente, de qualquer poder constituído”, escreveu.
Mauro Mendes encerra sua manifestação com uma crítica direta ao que considera uma distorção do princípio democrático:
“Não podemos aceitar autoritarismo em nome da democracia.”
A prisão domiciliar do ex-presidente foi decretada esta segunda-feira (04), por decisão do ministro Alexandre de Moraes. A medida foi adotada após o magistrado entender que Bolsonaro descumpriu medidas cautelares anteriormente impostas, especialmente a proibição de uso das redes sociais.