Após quase um mês de licença, o deputado estadual Valdir Barranco (PT) retornará às atividades na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) na próxima quarta-feira (18). Durante seu afastamento, o suplente Henrique Lopes (PT) ocupou a cadeira na Casa de Leis.
A licença de Barranco era de 121 dias, mas ele volta antes do fim do período.
O retorno de Barranco ocorre em meio à articulação de seu suplente, para instaurar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) com o objetivo de investigar as irregularidades nos descontos dos consignados dos servidores públicos estaduais.
Ao Primeira Página, Henrique Lopes informou que o requerimento para a instauração da CPI foi lido em plenário na sessão desta quarta-feira (11). Até o momento, apenas 4 deputados assinaram o pedido: o próprio Henrique, o coautor da proposta, deputado Lúdio Cabral (PT), além de Júlio Campos (União Brasil) e Janaina Riva (MDB). Para que a CPI seja instaurada, são necessárias, no mínimo, 8 assinaturas.
“Agora precisamos correr contra o tempo para conseguir, até a próxima sessão, mais quatro assinaturas. Assim, a Casa será automaticamente obrigada a instalar a CPI”, explicou Henrique Lopes.
Presidência da CPI em disputa
Paralelamente ao requerimento apresentado por Henrique Lopes (PT), o deputado Gilberto Cattani (PL) também quer a instauração de uma CPI para investigar os empréstimos consignados dos servidores na ALMT.
Cattani propõe que a investigação dê ênfase às possíveis infrações cometidas por empresas financeiras, especialmente no que diz respeito ao descumprimento de uma lei estadual que proíbe o assédio a servidores públicos por meio de ligações telefônicas com ofertas de crédito.
“Quero saber o que levou as pessoas a conseguirem crédito além do que é permitido por lei”, disse Cattani.
Há clima para CPI na ALMT?
Os deputados Henrique Lopes e Gilberto Cattani tentam viabilizar a instalação da CPI dos Consignados na ALMT. No entanto, o presidente da Casa, deputado Max Russi (PSB), afirmou que não há mais clima para que o Legislativo conduza a investigação, uma vez que o Tribunal de Contas do Estado (TCE), a Polícia Civil e o Ministério Público já apuram o caso.
“O clima para CPI a gente perdeu! No primeiro momento, a assembleia poderia ter feito a CPI porque traríamos os órgãos de controle e de fiscalização para dentro da CPI. Não foi feito! Então, deixou-se o TCE fazer uma câmara técnica. A gente tem que acreditar no trabalho do TCE”, disse Russi.
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