A guerra entre Israel e o Hamas criou um cenário de tensão no Oriente Médio e pode afetar a distribuição internacional de petróleo e gás. Segundo especialistas ouvidos pelo Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de Mato Grosso (Sindipetróleo-MT), uma escalada do conflito que envolve os grandes produtores e exportadores do combustível, localizados naquela região, pode causar uma “tempestade perfeita” e fazer com que o valor do barril do petróleo saia da casa dos 90 dólares para 150 dólares.
“A região do Golfo é uma importante área para o cenário mundial do petróleo, e fica próxima ao conflito, conta com grandes produtores e exportadores de petróleo, que fazem parte, junto da Rússia, do grupo conhecido como Opep+. As implicações do conflito nesta região afetam principalmente o transporte, pois essa região faz parte da rota necessária para a exportação do combustível via Estreito de Ormuz — única ligação entre o Golfo Pérsico e os oceanos”, disse Claudyson Martins Alves, presidente do Sindipetróleo.
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O estreito de Ormuz é o canal por onde passa um terço do petróleo mundial. Com os navios que transportam o combustível tendo que passar por ali, é certo que as seguradoras cobrarão mais caro para cobrir a rota, o que acabara por afetar o preço final do produto.
“O impacto no valor do petróleo já é perceptível no mercado mundial. Segundo levantamento realizado pela consultoria Stonex, o petróleo acumulava queda de 11,3% na primeira semana de outubro. Porém, a partir do dia 7, quando o grupo radical islâmico Hamas realizou o primeiro ato terrorista a Israel, os preços dispararam 8,1%. Ainda de acordo com a Stonex, entre janeiro e junho de 2023 o preço do petróleo teve queda de cerca de 12%; entre julho e setembro, subiu 27%”, explica Claudyson.
De acordo com a Petrobras, não há indícios de que a guerra interfira nos preços dos combustíveis no Brasil. O vice-presidente da Associação dos Engenheiros da Petrobrás (AEPET), Felipe Coutinho, acredita que o mercado brasileiro de combustíveis está “bem posicionado” para lidar com as consequências da guerra neste momento e que não há risco de desabastecimento e nem alta exagerada dos preços.
Isso acontece, segundo Claudyson Alves, porque o Brasil é “superavitário” na produção de petróleo, e exporta diariamente 1,5 milhão de barris, o que representa cerca de 45% da produção nacional. Além disso, o país é capaz de refinar petróleo na quantidade demandada pelo mercado interno.
“A preocupação nesse caso é com o longo prazo. Torcemos e esperamos que o conflito termine o mais breve possível e da melhor forma, para que principalmente as pessoas de bem que vivam em paz”, conclui Claudyson.
Fonte: Repórter MT
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