O mercado financeiro brasileiro inicia o dia com perspectivas positivas para o câmbio, após o sucesso da primeira captação externa do Tesouro Nacional em 2024.
A emissão de US$ 2,5 bilhões em títulos com vencimento em 10 anos atraiu forte interesse dos investidores, com demanda chegando a US$ 6,5 bilhões.
O elevado interesse pelos papéis brasileiros permitiu que a taxa de remuneração fosse reduzida de 7% para 6,75%.
Embora ainda seja significativamente superior à taxa de 4,5% dos títulos do governo americano de mesmo prazo, considerados de menor risco, a emissão é vista como um sinal positivo para o mercado.
Mercado corporativo
A bem-sucedida emissão soberana abre caminho para que empresas brasileiras também realizem captações no exterior.
Algumas companhias já se preparam para entrar no mercado, como a Raízen, que planeja levantar US$ 750 milhões, e a XP, com uma captação prevista entre US$ 500 milhões e US$ 750 milhões.
Analistas estimam que entre US$ 20 bilhões e US$ 25 bilhões devem ser captados no exterior este ano por empresas brasileiras e pelo governo, superando o recorde de US$ 20 bilhões registrado em 2023.
Carry trade e fluxo cambial
O fluxo de capitais estrangeiros para o Brasil também é impulsionado pelo “carry trade”, operação na qual investidores captam recursos em países com juros baixos para aplicar em mercados emergentes com taxas mais atrativas, como o Brasil.
A manutenção da taxa Selic em patamares elevados pelo Banco Central brasileiro tende a manter o dólar relativamente controlado.
Fed e Trump
O mercado aguarda a divulgação da ata do Federal Reserve (Fed), prevista para as 16h (horário de Brasília). Espera-se que o documento reforce o tom de cautela em relação à flexibilização da política monetária americana.
Paralelamente, declarações recentes do presidente Donald Trump sobre possíveis tarifas de 25% sobre importações de automóveis e produtos farmacêuticos adicionam incertezas ao cenário econômico global.
No âmbito doméstico, a temporada de balanços continua, com a divulgação dos resultados de grandes empresas como Vale e Banco do Brasil, que devem influenciar o mercado ao longo do dia.