O bitcoin recua no fim da tarde desta quinta-feira (10) em um movimento de correção após o rali de alívio da véspera, motivado pela decisão do presidente Donald Trump de suspender temporariamente o nível máximo das tarifas recíprocas, com exceção das impostas à China. Apesar da queda, a criptomoeda ainda segue perto do patamar dos US$ 80 mil.
Por volta das 16h13 (horário de Brasília), o bitcoin caía 2,68%, cotado a US$ 79.652,21, reduzindo as perdas após Trump sinalizar interesse em um acordo com a China. O Ethereum, por sua vez, recuava 7,49%, a US$ 1.516,75, segundo dados da Binance.
O destaque da semana fica com a Pendle (-4,2), que entre os dias 6 e 9 de abril acumulou valorização de 46,67%, segundo a analista Ana de Mattos, da Ripio.
“Boa parte da alta recente pode ter vindo de traders cobrindo posições vendidas, enquanto outros apenas surfaram a onda de euforia. Por isso, esse recuo atual é natural – um respiro esperado após ganhos expressivos”, explica Christopher Lewis, da FXEmpire.
Para David Morrison, analista da Trade Nation, o desempenho do bitcoin reflete o comportamento de outros ativos de risco e segue de perto os índices acionários dos EUA. Apesar da trégua comercial, os investidores continuam de olho nos desdobramentos da tensão entre Washington e Pequim e seus efeitos sobre a inflação e o crescimento global.
“A inflação nos EUA pode subir para perto de 4% e a chance de uma recessão permanece em torno de 50%. Com isso, o Federal Reserve deve cortar juros de forma significativa ainda este ano, possivelmente já em junho”, avalia Morrison.
Segundo Lewis, o bitcoin permanece dentro de uma faixa de consolidação, com suporte firme na região dos US$ 75 mil. “No curto prazo, o ativo parece em compasso de espera, tentando ganhar força para romper a resistência na casa dos US$ 90 mil. Mas, por ora, o cenário mais provável é de lateralização.”
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