Em mais um dia de oscilações marcadas por pressões internas e externas, a Bolsa de Valores encerrou a quinta-feira (30) em novo recorde histórico. O índice Ibovespa subiu 0,1%, chegando aos 148.780 pontos, e acumula alta de 3,23% nos últimos sete pregões.
O dia começou em queda, refletindo a cautela dos investidores com o cenário internacional, mas o movimento foi revertido ainda no fim da manhã. A partir daí, o mercado manteve-se estável, com investidores reagindo a declarações políticas e dados econômicos que impactaram o câmbio e o comércio exterior.
Enquanto a bolsa manteve o fôlego, o câmbio apresentou um movimento inverso. O dólar comercial encerrou o dia vendido a R$ 5,38, com alta de 0,42%, após três quedas consecutivas. A moeda norte-americana chegou a atingir R$ 5,39 pela manhã, mas perdeu força ao longo do dia.
O dólar havia recuado ao menor patamar em quase três semanas, impulsionado pelo otimismo que se seguiu após a reunião entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump, no último domingo (26), na Malásia.
Trump reduz tarifas para a China e mantém pressão sobre o Brasil
A melhora recente nas bolsas contrasta com a tensão gerada no comércio internacional. Nesta quinta-feira (30), Donald Trump anunciou uma redução nas tarifas de importação sobre produtos chineses, que passaram de 57% para 47%, após um encontro com Xi Jinping.
Já os produtos nacionais continuam enfrentando tarifas de até 50% para entrar no mercado americano, uma taxa superior à aplicada à China.
Trump, no entanto, afirmou que o diálogo com o Brasil continua. “Eles gostariam de fazer um acordo. Vamos ver, agora mesmo estão pagando cerca de 50% de tarifa”, disse o presidente norte-americano, ressaltando que o encontro com Lula foi “muito bom”, mas não garante um acordo imediato.
Negociações bilaterais
Apesar da incerteza, os governos de Brasil e Estados Unidos iniciaram oficialmente um processo de negociação bilateral. Na segunda-feira (27), representantes comerciais dos dois países realizaram a primeira reunião técnica para definir um calendário de encontros voltados aos setores mais afetados pelas tarifas.
Participaram das discussões o chanceler Mauro Vieira, o secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Márcio Rosa, e o embaixador Audo Faleiro.
Segundo o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, as conversas avançaram em tom construtivo, mas ainda não há data marcada para a próxima rodada de negociações.
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