O ex-presidente Jair Bolsonaro deixou a prisão domiciliar, pela primeira vez nesse sábado (16) desde o início do cumprimento da medida iniciada no dia 4 de agosto. O motivo foi para realizar uma bateria de exames clínicos no hospital DF Star de Brasília. A saída foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
Bolsonaro chegou ao hospital acompanhado por escolta e monitorado pela tornozeleira eletrônica. A autorização previa permanência máxima de oito horas fora de casa e a obrigação de apresentar, em até 48 horas, um relatório médico com os procedimentos realizados. Ele deixou a unidade às 13h58.
Resultados dos exames
De acordo com boletim médico divulgado, os exames de sangue, urina, endoscopia, tomografia computadorizada, ultrassonografia e ecocardiograma apontaram resquícios de inflamações no sistema digestivo e nos pulmões.
“Os exames evidenciaram imagem residual de duas infecções pulmonares recentes, possivelmente relacionadas a episódios de broncoaspiração”, informaram os médicos responsáveis.
A endoscopia revelou ainda persistência de esofagite e gastrite, embora em intensidade menor. A equipe recomendou tratamento medicamentoso contínuo, controle da hipertensão arterial e medidas preventivas contra novos episódios de broncoaspiração.
Segundo os advogados do ex-presidente, Bolsonaro tem apresentado nos últimos dias quadro de refluxo e soluços refratários.
Desde 2018, após sofrer um atentado a faca durante a campanha eleitoral, o ex-presidente realiza acompanhamento médico periódico em razão das cirurgias no abdômen e das sequelas no trato intestinal.
Prisão domiciliar
O ministro Alexandre de Moraes determinou a prisão domiciliar de Bolsonaro em 4 de agosto, após concluir que o ex-presidente burlou a proibição de uso de redes sociais ao publicar mensagens por meio dos perfis de seus filhos.
A medida integra o inquérito em que o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) é investigado por articulações com o ex-presidente norte-americano Donald Trump para pressionar autoridades brasileiras e ministros do STF. Nesse processo, Jair Bolsonaro também é acusado de enviar recursos ao filho, que atualmente vive nos Estados Unidos.
Além disso, o ex-presidente é réu na ação penal da trama golpista, cujo julgamento está marcado para setembro. Durante o deslocamento deste sábado, a Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal (Seap-DF) acompanhou todo o trajeto e manteve o monitoramento eletrônico.
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