O Governo Federal abriu licitação para aquisição, ou prestação do serviço, de execução do plano de mitigação de atropelamento de fauna silvestre na BR-262, no trecho que liga Aquidauana a Ladário e corta o Pantanal sul-mato-grossense. São pouco mais de 278 quilômetros de rodovia que devem passar por melhorias nos próximos meses.
O aviso de licitação foi publicado no Diário Oficial da União nesta terça-feira (11) e o pregão está marcado ainda para este mês.
Segundo a publicação, o valor total da obra é de R$ 32,2 milhões. A empresa que realizará o plano para reduzir os atropelamentos de animal silvestre na rodovia em Mato Grosso do Sul será escolhida por meio de pregão; uma modalidade de licitação que permite a contratação de bens e serviços por meio de lances e propostas em sessão pública.
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Imagens fortes: onça-pintada é mais uma vítima da “estrada da morte”
Por isso, as empresas interessadas em assumir a obra devem enviar proposta por meio do sistema eletrônico, com detalhes com o preço ou o percentual de desconto, até o dia da sessão pública, que também já tem data: vai ocorrer no dia 25 de fevereiro, às 10 horas no horário de Brasília (9 horas no horário local).
Podem participar apenas quem estiver previamente credenciado no SICAF (Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores) e no Sistema de Compras do Governo Federal por meio de Certificado Digital conferido pela Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira.
Confira os detalhes no edital no fim da matéria.
Mortalidade na rodovia
O trecho que passará por obras começa em Aquidauana, no km 489,60 e vai até Ladário, no km 767,90.
Levantamento feito pelo ICAS (Instituto de Conservação de Animais Silvestres) mostra que mais de 2,3 mil animais silvestres foram atropelados em um ano na BR-262, entre Campo Grande e a Ponte do Rio Paraguai, próximo a Corumbá; extensão que engloba justamente o trecho previsto em licitação. São cerca de 200 mortes por mês.
O monitoramento da BR-262 é feito pelo ICAS desde 2013. A cada 15 dias, as equipes percorrem a rodovia de carro para contabilizar as mortes. Alguns animais, extremamente raros, só foram avistados pelos pesquisadores depois de mortos.
No mês passado, uma onça-pintada foi encontrada caída na rodovia. E ela não foi a única, segundo o IHP (Instituto do Homem Pantaneiro), de 2016 até hoje, 20 onças morreram no trecho entre Miranda e Corumbá.
Para a PRF (Polícia Rodoviária Federal), o tráfego intenso e o desrespeito à sinalização de velocidade são fatores que contribuem para o alto número de atropelamentos na região, questões que devem ser levadas em consideração nos projetos enviados para a licitação.