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Brasil registrou R$ 1 bilhão em transações com moedas sociais em 2024

O Brasil registrou 11 milhões de transações com moedas sociais em 2024, segundo dados do Instituto E-Dinheiro Brasil obtidos pela CNN. O levantamento mostra que cerca de 235 mil pessoas usaram moedas sociais no ano passado e, com a conversão, as operações somaram R$ 1 bilhão em compras em estabelecimentos credenciados.

Ao todo, há 161 moedas sociais espalhadas pelo Brasil. O Ceará lidera o ranking, com 38 moedas, e é seguido por Rio de Janeiro (17) e Espírito Santo (14). Veja a lista abaixo:

As moedas sociais precisam estar autorizadas pelo Banco Central para circularem em determinada região. O mecanismo financeiro pode ser utilizado para adquirir produtos e serviços nos mais de 27 mil estabelecimentos comerciais locais cadastrados.

Para atender as exigências do BC, os bancos comunitários e municipais iniciaram em 2014 um processo de digitalização das suas moedas sociais na plataforma E-Dinheiro Brasil. Até o fim de 2024, 52 bancos comunitários ou municipais já haviam digitalizado as suas moedas.

As moedas sociais têm limitação geográfica, ou seja, são válidas apenas em um determinado bairro ou região. No caso dos bancos municipais, há validade somente no limite territorial da sua cidade de origem.

Segundo o diretor de Parcerias e Fomento da Secretaria Nacional de Economia Solidária (Senaes) do Ministério do Trabalho e Emprego, Fernando Zamban, as moedas sociais são instrumentos comunitários de geração de riquezas aos territórios onde circulam.

“Não tem finalidade de competição com a moeda oficial do país. Pelo contrário, toda moeda social requer lastro em moeda oficial de igual montante à sua emissão”, explicou.

História

Usadas como ferramentas para estimular a economia local, as moedas sociais surgiram a partir da mobilização de organizações comunitárias que identificaram as limitações do sistema financeiro tradicional em atender regiões periféricas, áreas rurais e comunidades em situação de vulnerabilidade.

A primeira moeda social foi a Palma, que surgiu em 1998 na cidade de Fortaleza (CE), com a criação do Banco Palmas, no bairro Conjunto Palmeiras.

A iniciativa cearense passou a ser replicada em outras localidades do Brasil a partir de 2003, com a criação da Secretaria Nacional de Economia Solidária. Desde então, 182 moedas sociais já existiram no Brasil. O número caiu após a pandemia, segundo Zamban.

Para criar uma moeda social, a gestão local precisa fazer a reserva de um fundo em reais que garanta seu lastro. Depois desse passo, é necessário autorização do Banco Central. A moeda pode ser emitida em formato físico ou digital, por meio da plataforma E-dinheiro.

Segundo o governo federal, é fundamental estimular a conversão de recursos e o uso da moeda no comércio local para garantir a sua circulação. O banco municipal também pode captar crédito de outras instituições e oferecer financiamentos com taxas mais acessíveis.

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