Em uma nova retaliação a Donald Trump, a China elevou as tarifas contra bens americanos para 125%. De forma dura, Pequim disse que, com o atual patamar das taxas, não há mercado para os produtos dos Estados Unidos no país.
“Uma piada” e algo que viola o bom senso. Foi assim que os chineses definiram a política tarifária de Donald Trump no comunicado em que anunciaram a nova onda de taxas contra os americanos.
O Ministério do Comércio Chinês voltou a chamar o tarifaço de bullying e de um jogo de números sem significado econômico. Discurso endossado pelo líder do país, Xi Jinping.
Em seu primeiro pronunciamento sobre a guerra comercial, Xi disse não ter medo de aprofundar o conflito tarifário e que nenhum dos lados sairá vencedor da situação.
Um assunto não levantado por Xi é a possibilidade de negociar com Trump. O governo americano acredita que o chinês não vai dar o primeiro passo para evitar ser visto como “fraco”.
Mesmo assim, a equipe do republicano insiste que Xi Jinping deveria solicitar uma ligação com Trump. Isso porque Trump também não quer fazer o primeiro movimento e espera que Xi entre em contato. Mas, pelo segundo dia consecutivo, o alto escalão de Trump comentou publicamente sobre a possibilidade de um acordo com a China.
Na última quinta-feira, o próprio presidente dos Estados Unidos expressou otimismo com as negociações. E, nesta sexta, foi a vez da porta-voz da Casa Branca afirmar que o país está aberto a conversas.
“O presidente, como eu disse no palco há apenas poucos dias, seria ótimo se a China tiver a intenção de fazer um acordo com os Estados Unidos. Se a China seguir retaliando, não é bom para a China. Mas o presidente deixou bem claro que está aberto a um acordo com a China.”, disse Leavitt.
A nova alta nas tarifas chinesas traz outra camada de preocupação para Trump. Segundo estudo da Universidade de Michigan, os consumidores americanos estão se sentindo muito pessimistas sobre a economia, no pior número desde 1952.
A perspectiva se deve a temores de inflação mais alta, maior desemprego e queda nas exportações à China. Uma pior relação comercial entre os dois lados prejudicaria, especialmente, estados como Califórnia, Texas e Washington, que vendem muitos produtos aos chineses e, juntos, têm mais de 246 mil empregos ligados ao envio de remessas.