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Claudinho Serra alega até machucado, mas Justiça mantém tornozeleira

O ex-vereador de Campo Grande Claudinho Serra sofreu mais uma derrota na Justiça. No mês que antecede um ano de monitoramento eletrônico, a juíza Larissa Ribeiro Fiuza negou pedido de retirada da tornozeleira e prorrogou o uso por mais 180 dias.

O vereador Claudio Serra, que apresentou atestado à Câmara (Foto: rede social)

A defesa do ex-legislador, alvo da Operação Tromper, argumenta não haver, nos autos da investigação, fato novo que justifique a renovação do monitoramento por mais de 180 dias, prazo geralmente estipulado nestes casos.

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Enumera que todas as medidas cautelares impostas no momento da liberdade provisória foram respeitadas e, portanto, não há risco de fuga. Cita que o cliente já não faz parte do cenário político, tampouco sua sogra, a ex-prefeita de Sidrolândia, Vanda Camilo, derrotada nas urnas em outubro de 2024.

Além disso, anexou à ação penal foto da perna de Claudinho com ferimento supostamente causado pelo objeto, sem contar o “constrangimento” trazido pelo adereço, fato que tem impactado em sua vida pessoal e profissional.

A magistrada, porém, rebateu item a item. Disse que de fato as medidas causam impacto à vida do investigado e é exatamente esse o objetivo, já que as imposições são substituição à prisão. “As cautelares foram aplicadas consoante parâmetros legais, dentre os quais não se encontra a conveniência ou comodidade do requerente”.

Em relação aos ferimentos, alega que não ficou comprovado que sejam efeitos causados pela tornozeleira.

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Perna do ex-vereador Claudinho Serra (Foto: Reprodução)

“O desconforto pessoal ou social causado pelo uso do equipamento não pode se sobrepor à necessidade de cumprimento das determinações judiciais, sob pena de esvaziamento das medidas cautelares impostas pelo Poder Judiciário”.

Por fim, sobre estar distante da política e sem ligação com quem detém mandato, a magistrada rebateu afirmando que a organização criminosa pela qual é investigado não é composta somente por pessoas em atuação nos poderes.

“Mas também por meio de licitadores, servidores efetivos e de uma rede de influência e poder econômico que aparentemente persistiu mesmo após a deflagração da Operação Tromper, conforme bem apontado pelo Ministério Público”.

Investigação

Organização essa desmantelada no dia 3 de abril de 2024, data em que Claudinho e outros sete nomes foram presos devido à Operação Tromper. Ele estava há pouco menos de um mês como titular na Câmara Municipal de Campo Grande.

A prisão durou praticamente tanto quanto seu mandato: 23 dias. Depois foi substituída pelo uso da tornozeleira, entre outras medidas. A investigação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) o aponta como mentor de um esquema de desvio de verba pública via licitações fraudulentas na prefeitura de Sidrolândia.

O prejuízo estimado pelos agentes é de R$ 15 milhões. Claudinho é genro da agora ex-prefeita da cidade e foi secretário de Fazenda em 2021. Antes, ocupou a pasta de Esportes.

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