A comercialização do milho da safra 2024/25 em Mato Grosso atingiu 81,11% da produção estimada até outubro, com avanço de 3,52 pontos percentuais em relação a setembro. Apesar do progresso, o volume segue 4,68 p.p. abaixo do registrado no mesmo período de 2024, conforme boletim do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).
A movimentação está relacionada à liberação de estoques pelos produtores, em busca de recursos para aquisição de insumos, e à valorização no mercado disponível, com preço médio de R$ 47,16 por saca — aumento de 3,07% no mês.
A safra 2025/26 também apresentou avanço nas vendas antecipadas, alcançando 23,53% da produção estimada em outubro. O número representa alta mensal de 2,42 p.p. e está 6,54 p.p. acima do observado no mesmo período do ano anterior. O preço médio da saca foi de R$ 46,20, com valorização de 2,59%.
A perspectiva de preços mais firmes e a estratégia de antecipação da compra de insumos têm favorecido o ritmo das negociações. Com a aproximação do novo ciclo produtivo, a expectativa é que os produtores sigam travando preços diante de um mercado interno competitivo.
DEMANDA FIRME – Segundo análise divulgada pela Grão Direto, o mercado interno de milho começa a reagir ao atraso no plantio da soja, considerado um fator de risco relevante para o setor. De acordo com o especialista da plataforma, “a irregularidade das chuvas até a primeira quinzena de novembro tem afetado o calendário da soja e pode reduzir parte da produção do milho safrinha na janela ideal de cultivo no Centro-Oeste”. A avaliação aponta que essa mudança já começa a influenciar as expectativas sobre a área plantada da segunda safra, com possíveis impactos na oferta futura.
O levantamento também destacou que as exportações brasileiras de milho continuam abaixo do esperado, uma vez que grande parte da produção tem sido destinada ao mercado interno. “A forte demanda das indústrias de etanol e de proteína animal tem sustentado os preços, garantindo estabilidade nas cotações”, informou o especialista. Ainda segundo ele, diante desse cenário, os produtores têm adotado uma postura cautelosa nas vendas, optando por comercializações graduais e aproveitando o consumo interno aquecido enquanto aguardam condições mais favoráveis no mercado externo.
No cenário internacional, o relatório observou que os Estados Unidos seguem ampliando suas exportações de milho, com embarques expressivos para países como México, Coreia do Sul e Japão. Essa movimentação, segundo a Grão Direto, “reforça a competitividade do milho norte-americano e mantém o mercado global bem abastecido”, o que limita avanços mais significativos nas cotações internacionais no curto prazo. Para o Brasil, isso representa um desafio adicional, considerando o câmbio pressionado e os custos internos ainda elevados.
A análise concluiu que o mercado de milho deve permanecer estável no curto prazo. “A demanda interna firme ajuda a sustentar os preços, mesmo com exportações fracas e pressão vinda dos embarques norte-americanos”, avaliou o especialista. Para a semana, a expectativa é de preços lateralizados, com possibilidade de leve alta em algumas regiões caso os produtores mantenham o ritmo lento de vendas. (Agrolink)
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