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Comerciantes do centro temem queda nas vendas com teletrabalho na prefeitura de Cuiabá

Comerciantes e prestadores de serviço do centro de Cuiabá estão preocupação com o projeto de lei que institui o teletrabalho no Executivo municipal, proposto pelo prefeito Abílio Brunini (PL). A medida, segundo o gestor, busca reduzir o impacto no trânsito durante as obras do sistema BRT (Bus Rapid Transit), mas empresários alertam para possíveis prejuízos ao comércio local, já afetado pela redução no fluxo de pessoas na região.

A inquietação foi o tema de uma reunião promovida pela Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL Cuiabá) no início desta semana segunda-feira (27), que reuniu empresários e representantes da prefeitura. No encontro, os comerciantes argumentaram que o home office poderá agravar a queda no movimento e no faturamento de estabelecimentos que dependem do público formado por servidores municipais.

Empresários alertam para prejuízos com teletrabalho de servidores municipais em Cuiabá. (Foto: Prefeitura de Cuiabá)

A empresária Sônia Pupin, proprietária do restaurante Panela de Barro, afirmou que o cenário já é preocupante. “O nosso centro está esvaziado e essa medida vai piorar a situação. Se a preocupação é o trânsito, existem outras soluções, como adoção de turnos diferenciados, como foi feito durante as obras da Copa”, sugeriu.

No mesmo tom, o lojista Gérson Luiz Lintzmaier, do ramo de enxovais, disse sentir-se frustrado com o projeto. “Quando candidato, o prefeito prometeu revitalizar e povoar o centro, trazendo mais secretarias. Agora, faz o oposto. Isso desanima quem ainda acredita no comércio local”, afirmou.

Dúvidas e questionamentos sobre a medida

Além dos impactos econômicos, os empresários também demonstraram incerteza sobre como o modelo de teletrabalho será implementado. Não há definição clara sobre os critérios de adesão, a estrutura tecnológica necessária ou o número exato de servidores que poderão migrar para o formato remoto.

O presidente da Abrasel-MT, Daniel Teixeira, chamou atenção para os riscos envolvendo o atendimento ao público e a segurança de dados.

“Servidores lidam com informações sensíveis. É preciso garantir cumprimento da Lei Geral de Proteção de Dados e avaliar se há infraestrutura adequada. O impacto não é só no comércio, mas no serviço público como um todo”, pontuou.

Ele também ponderou que, diante do trânsito de mais de 500 mil veículos por dia em Cuiabá, o afastamento de cerca de 400 servidores não seria suficiente para reduzir congestionamentos. “Vale a pena onerar o comércio por uma medida que não trará resultado real no trânsito?”, questionou.

O vereador Cel. Dias, que representou a Câmara de Cuiabá no encontro, reforçou que o tema ainda carece de explicações do Executivo. “Essa lei não passará enquanto o prefeito não detalhar como será na prática. É possível buscar alternativas sem retirar os servidores do trabalho presencial”, declarou.

Prefeitura promete avaliar sugestões

O secretário municipal de Relações Institucionais, Felipe Corrêa, que participou da reunião, afirmou que as preocupações dos empresários serão repassadas ao prefeito. “Estamos ouvindo os setores e levando os apontamentos diretamente ao prefeito”, garantiu.

O presidente da CDL Cuiabá, Júnior Macagnam, avaliou que o debate é necessário para encontrar um equilíbrio entre a mobilidade urbana e a sobrevivência econômica do centro. “Nosso papel é articular os diferentes interessados e buscar soluções que não penalizem o comércio. O diálogo é fundamental”, disse.

O projeto de lei

Encaminhado à Câmara Municipal em regime de urgência, o Projeto de Lei nº 668/2025 institui oficialmente o regime de teletrabalho no âmbito da prefeitura. A proposta permite que cada secretaria defina, de forma facultativa, quais servidores poderão atuar remotamente, com base em critérios de produtividade e conveniência administrativa.

O texto também veda o teletrabalho a servidores em estágio probatório ou em funções que exijam presença física, e determina que os custos com equipamentos e internet serão arcados pelo próprio funcionário.

Segundo o prefeito Abílio Brunini, a iniciativa busca eficiência, economia e sustentabilidade, além de reduzir impactos das obras do BRT na região central.

“Trata-se de uma política moderna, que alia eficiência administrativa, economia e valorização dos servidores”, justificou o gestor.

O projeto aguarda análise e votação na Câmara de Cuiabá.

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