O cooperativismo de Mato Grosso alcançou um marco de reconhecimento global. O Sistema OCB Nacional divulgou o resultado da seleção que garante a participação de cooperativas do estado na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que será realizada em Belém (PA), de 10 a 21 de novembro de 2025.
A Coopernova Agroindustrial, a Central Sicredi Centro Norte e o Sicredi Integração Mato Grosso, Amapá e Pará foram escolhidos para representar a força do setor mato-grossense, levando ao evento projetos de sucesso que traduzem o compromisso com a sustentabilidade e o desenvolvimento socioeconômico.
“A participação na COP30 reforça o papel do cooperativismo mato-grossense como agente de transformação e de construção de soluções concretas para os desafios ambientais globais. É o reconhecimento de que o modelo cooperativo, além de promover desenvolvimento econômico e social, também impulsiona uma transição energética justa e sustentável e promove a conservação dos nossos recursos hídricos,” destaca Sâmyla Sousa, gerente de Inteligência e Desenvolvimento de Cooperativas do Sistema OCB/MT.
INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE AO PRODUTOR DE LEITE – A Coopernova terá participação de destaque com a apresentação presencial do seu projeto Energia solar como alternativa para reduzir custos na produção leiteira.
Iniciado em 2023 com a construção da primeira usina de energia solar, o projeto visa diminuir os custos na produção de leite, nas propriedades dos cooperados. Atualmente, 70 produtores de leite são beneficiados. O projeto está finalizando a quarta usina solar, que, junto com as demais, terá capacidade de produzir 42 mil kW/horas por mês.
O diferencial do modelo é que as usinas são construídas pela cooperativa e o produtor cooperado paga 80% do valor total da fatura, até findar o financiamento. Depois de quitado o financiamento pela cooperativa, o produtor pagará somente as taxas de manutenção
“O que apresentamos é uma inovação no cooperativismo de leite. Este formato de usinas coletivas foi pensado para o pequeno e médio produtor, aquele que não teria condições de investir em uma usina própria. Conseguimos resolver dois desafios de uma só vez: reduzimos o custo da energia e impulsionamos a transição energética na propriedade,” explica o diretor vice-presidente da Coopernova, Milton Dalmolin.
O impacto econômico é significativo, reduzindo o custo da energia por litro de leite de R$ 0,12 para R$ 0,08, com projeção de chegar a R$ 0,01 após a quitação do investimento. Do ponto de vista ambiental, o projeto promove uma profunda descarbonização, eliminando a dependência de geradores estacionários e motores a diesel/gasolina, usados para desintegrar alimentos para o rebanho leiteiro.
“O projeto também resolve um problema logístico e ambiental, pois, antes da usina, muitos produtores precisavam se deslocar, de caminhão, queimando combustível fóssil, para levar o leite a resfriadores comunitários. Agora, com a energia garantida a um custo bem mais baixo, eles podem ter resfriadores em casa, reduzindo o deslocamento e a emissão de CO2,” acrescenta Dalmolin.
SICREDI INTEGRAÇÃO MT/AP/PA – Já o Sicredi Integração Mato Grosso, Amapá e Pará terá seu projeto Recuperando Nascentes em exposição no formato digital, com conteúdo exibido em totens do evento e no portal Coop na COP30.
Com mais de 10 anos de história, o projeto demonstra o compromisso de longo prazo com a sustentabilidade, focando na revitalização de nascentes por meio de reflorestamento, mobilização voluntária e educação ambiental. O objetivo é garantir a preservação dos recursos hídricos, fortalecer a biodiversidade, mitigar as mudanças climáticas e promover o desenvolvimento sustentável das comunidades, com impacto direto nos pilares ESG e nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
O projeto beneficia diretamente mais de 5.000 pessoas (associados, colaboradores, produtores rurais e comunidades locais) e impacta indiretamente mais de 50.000 pessoas.
“O Recuperando Nascentes é um projeto que traduz na prática o propósito do cooperativismo: gerar prosperidade de forma sustentável. Estar na COP30 é uma oportunidade de compartilhar uma iniciativa construída há mais de uma década, que já transformou territórios e continua inspirando outras ações em favor do meio ambiente e das comunidades,” afirmou Marco Túlio Soares, Presidente do Conselho de Administração do Sicredi Integração MT/AP/PA.
Com essa presença, o cooperativismo busca ampliar o alcance das suas boas práticas, reforçando sua imagem como um modelo de negócios sustentável, inovador e estratégico para o enfrentamento das mudanças climáticas globais.
UMA REDE DE ENERGIA LIMPA EM TRÊS ESTADOS – O Complexo Solar Central Sicredi Centro Norte, case ligado à temática de transição energética e desenvolvimento sustentável, será destaque em um dos painéis promovidos pelo Sistema OCB na Agrizone em Belém, durante a COP30. Com o objetivo de acelerar a transição energética e impulsionar uma economia de baixo carbono, a Central e suas cooperativas singulares investiram na construção de um complexo de quatro usinas solares, abrangendo Mato Grosso (2), Pará (1) e Acre (1). Beneficiando diretamente a Central e mais nove cooperativas singulares.
Ao longo dos últimos três anos foram investidos mais de 70 milhões de reais para instalar mais de 30 mil painéis solares, elevando a capacidade de geração do complexo para mais de 22 gigawatts (GW). O resultado direto desta visão de longo prazo é uma economia anual estimada em 22 milhões de reais. Mais importante, sob o ponto de vista ambiental, a estimativa é que, ao longo de 25 anos, 123 mil toneladas de CO2 serão evitadas, representando um legado concreto para a diminuição das emissões e o enfrentamento das mudanças climáticas.
“A opção pela energia solar foi pautada pelo compromisso das nossas cooperativas com o desenvolvimento sustentável, sempre buscando maximizar os impactos socioambientais positivos da nossa atuação e mitigar eventuais impactos negativos. E essa medida já se reflete numa redução de 34% das nossas emissões de carbono relacionadas ao consumo de energia”, afirma o diretor executivo da Central Sicredi Centro Norte, Seneri Paludo.
Cooperativas envolvidas no projeto complexo solar:
Central Sicredi Centro Norte
Sicredi Ouro Verde MT
Sicredi Biomas
Sicredi Celeiro MT/RR
Sicredi Grandes Rios MT/PA/AM
Sicredi Integração MT/AP/PA
Sicredi Norte
Sicredi Vale do Cerrado
Sicredi Univales MT
Sicredi Sudoeste MT/PA