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CPI questiona despesa milionária e cobra diretor por melhorias nos ônibus

Diante dos vereadores que compõem a CPI do Transporte Coletivo de Campo Grande, nesta quarta-feira (18), o diretor-presidente do Consórcio Guaicurus, Themis de Oliveira, admitiu que o consórcio opera no “vermelho” e, por isso, não tem condições de renovar a frota sem um aporte do município.

Themis de Oliveira durante depoimento na CPI. (Foto: Rafaela Moreira)

Conforme Themis, a maioria dos ônibus que operam na capital está circulando há, em média, 8 anos, quando o ideal seria, no máximo, até cinco anos de circulação. Para cumprir essa determinação, o consórcio teria de substituir entre “193 a 195 ônibus”, o que é “impossível” diante da atual situação financeira da empresa.

“Sem o poder público, que é a contraparte, que está conosco como nosso contratante e tem obrigações com o consórcio, isso não é possível. Para eu substituir em torno de 200 ônibus, hoje, eu precisaria pegar um financiamento de R$ 170 milhões. Qualquer banco que analise os nossos balanços verá que terei problemas para pagar isso se não tiver os aportes que a prefeitura deve fazer.”

Themis de Oliveira.

Diante do questionamento do vereador Junior Coringa (MDB), que compõe a comissão, Themis informou que há interesse do consórcio em chegar a um acordo de repactuação do contrato com a prefeitura, a fim de equilibrar as contas da concessionária e proporcionar melhorias no sistema.

Themis, entretanto, não soube explicar um aumento milionário nas despesas não operacionais do consórcio ao longo dos anos. O custo com esse tipo de despesa, que era de R$ 84 mil em 2016, saltou para R$ 11 milhões em 2021, caiu para quase R$ 5 milhões no ano seguinte e chegou a cerca de R$ 2 milhões em 2023, conforme apontou a vereadora Ana Portela (PL), relatora da comissão.

Themis afirmou que sequer sabe informar em quais serviços esses valores foram gastos, uma vez que assumiu a presidência do consórcio em janeiro, mas se comprometeu a apurar a informação.

“Não sei informar, não conheço esse detalhe, mas posso mandar para a senhora, sem problema nenhum. Vou concluir a primeira DRE (Demonstração do Resultado do Exercício) como diretor no final deste mês; eu não entrei nesse detalhe.”

Themis de Oliveira.

Conforme Themis, entre as alternativas propostas pelo consórcio para diminuir a superlotação dos ônibus nos horários de pico está a mudança nos horários de entrada e saída dos alunos nas escolas. Conversas já estão em andamento nesse sentido, afirmou o presidente do consórcio, tanto com a prefeitura quanto com o governo do estado.

À CPI, Themis negou que a concessionária tenha descumprido as ordens de serviço para colocar ônibus nas ruas. Informou que todas as rotas são monitoradas e que os motoristas, inclusive, relatam em tempo real problemas no trajeto, como congestionamentos ou desvios.

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Em sua fala, o vereador Maicon Nogueira (PP) leu algumas das centenas de reclamações de usuários que a CPI tem recebido. Diante das queixas, Themis afirmou que as melhorias no sistema não dependem apenas do consórcio.

“É possível ter um transporte melhor com ônibus mais novos, mas só isso não vai atender à população. Se não houver outras medidas estruturais, a população vai continuar achando que está passando muito tempo dentro do ônibus, presa no congestionamento no meio da cidade, e continuará com a sensação de má prestação do serviço. Então, é um conjunto de medidas: a prefeitura, o consórcio, a Câmara de Vereadores — todos os envolvidos — têm que sentar, se debruçar sobre os problemas e achar soluções para cada um deles. Se esse grande acordo for fechado, e essas prioridades forem definidas, acredito que conseguiremos encontrar um bom caminho para a mobilidade em Campo Grande.”

Themis de Oliveira.

O CEO do Consórcio Guaicurus, Paulo Constantino, também seria ouvido nesta quarta-feira (18), no entanto, o advogado do consórcio apresentou um atestado oftalmológico para justificar a ausência de Constantino.

Uma reunião foi marcada para dar andamento aos trabalhos da CPI na próxima segunda-feira (23). Desde que foi criada, a comissão recebeu cerca de 602 denúncias até 9 de junho, sendo 521 via WhatsApp, 32 por formulários, 46 por e-mails, 2 por ligações e 1 presencialmente.

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