Corte de gastos e cancelamento de contratos: essa tem sido a saída estudada por Abilio Brunini (PL) e o secretário de Assuntos Estratégicos, Murilo Bianchini, diante de uma crise financeira enfrentada pela Prefeitura de Cuiabá, com uma dívida estimada em R$ 2 bilhões.
Ao Primeira Página, Bianchini explicou que os contratos da antiga gestão possuíam irregularidades e eram organizados por meio de planilhas no Excel, o que seria uma maneira “arcaica” para controle e clareza das informações contidas nos documentos.
Cancelamentos de contratos
Ainda conforme Murilo Bianchi – que também é presidente da Comissão de Renegociação e Revisão de Contratos –, cada secretaria controlava seus contratos, sem existir uma análise completa, geral, de todos os documentos de contratação existentes na prefeitura.
Então, quando uma informação sobre o saldo contratual era solicitada, acabava sendo necessário um enorme trabalho para encontrar a resposta, como explicou o secretário.
Ao todo, eram 700 contratos inicialmente indicados, mas, após apurações, foi confirmado um total de mil contratações.
Diante disso, foi iniciada uma gestão para analisar de forma geral esses documentos, sem retirar a autonomia de cada secretaria e suas pastas.
“Os secretários nos apontaram cerca de 80 contratos que podem ser cancelados ou não demandados e 280 contratos que podem sofrer algum tipo de supressão, que é manter a prestação de serviço, reduzindo o valor global desse contrato”, afirmou Bianchini ao Primeira Página.
Essa redução nos valores contratuais, segundo Murilo, é uma forma de gerar economia na execução dos mesmos serviços que vinham sendo prestados na gestão anterior.
Ouça abaixo o áudio completo com a fala de Bianchini:
O secretario ressaltou, ainda, que todos os contratos passam por análise da Procuradoria e Controladoria Geral do Município, para que sejam feitas as devidas supressões em conjunto com análises da prefeitura.
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Dívida bilionária e calamidade pública
Seis dias após assumir o mandato, o prefeito Abilio Brunini (PL) decretou calamidade pública diante da dívida que, até então, era estimada em R$ 1,6 bilhão.
Mas, em fevereiro deste ano, o valor real analisado pela pasta seria de R$ 2 bilhões, acumulado pela gestão anterior, como cita Brunini.
Os efeitos do decreto de calamidade são válidos por 180 dias, com possibilidade de prorrogação por igual período,
A comissão da qual o secretário Murilo Bianchini faz parte foi criada por Abilio em janeiro, e deve atuar para economizar até R$ 100 milhões nos primeiros quatro meses deste ano.
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