Os preços do café arábica têm se mantido praticamente estáveis, girando em torno de R$ 1.300 por saca de 60 kg desde o início deste mês. De acordo com pesquisadores do Cepea, apesar do bom ritmo da colheita no Brasil e do aumento no número de lotes da nova safra disponíveis para negociação, a liquidez no mercado spot continua lenta.
Além do avanço da colheita, outros fatores como a desvalorização do Real e o clima seco no Vietnã estão influenciando as cotações internas e externas, tanto do café arábica quanto do robusta. A desvalorização da moeda brasileira torna o café mais competitivo no mercado internacional, enquanto as condições climáticas no Vietnã, que afetam a produção de robusta, também contribuem para essa dinâmica.
No que diz respeito às exportações brasileiras, a baixa oferta de café robusta no Vietnã tem mantido os embarques nacionais em níveis recordes. Em maio de 2024, o Brasil exportou 4,396 milhões de sacas de café (incluindo café verde e industrializado), o maior volume registrado para o mês desde o início da série histórica do Cecafé, em 1990.
Nos primeiros 11 meses da safra, os embarques totalizaram 43,7 milhões de sacas, ficando apenas 2 milhões de sacas abaixo da marca histórica alcançada na temporada 2020/21. Essa performance robusta nas exportações reflete a posição do Brasil como um player dominante no mercado global de café, capaz de preencher a lacuna deixada pela menor oferta de outros grandes produtores, como o Vietnã.
Em resumo, enquanto os preços do café arábica permanecem estáveis, fatores como a colheita em andamento, a desvalorização do Real e o clima adverso em outras regiões produtoras continuam a moldar o mercado. As exportações brasileiras mantêm-se fortes, compensando a oferta reduzida de concorrentes e reforçando a liderança do país no setor.
CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE