• Home
  • Economia
  • Governo atrasa anúncio do Plano Nacional de Ferrovias

Governo atrasa anúncio do Plano Nacional de Ferrovias

Previsto para fevereiro, o Plano Nacional de Ferrovias agora está sem data para ser lançado. A proposta que prevê a concessão de cinco grandes projetos de estradas de ferro à iniciativa privada ainda está sendo desenhada pelo Ministério dos Transportes.

Entre as pendências a serem finalizadas, está a Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), controlada pela VLI Logística, apurou a CNN. O governo federal avalia se a malha será licitada ou se o contrato com a VLI Logística — que expira em agosto de 2026 — será renovado.

A malha da FCA tem 7,2 mil quilômetros de extensão e cruza oito unidades da Federação – Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia, Sergipe, Goiás e Distrito Federal.

A VLI avaliava devolver o corredor ferroviário situado em Minas Gerais e Bahia ao poder público por considerar que o volume de cargas transportadas são deficitárias, tornando a operação inviável.

Em nota, a VLI Logística informou que as negociações referentes à renovação antecipada da concessão da Ferrovia Centro-Atlântica estão em etapa final. A empresa apresentou uma proposta para permanecer operando no trecho Corinto-Aratu da FCA, considerado ineficiente, em um novo formato.

Outro desafio do Plano Nacional de Ferrovias é a Ferrogrão, cujo projeto liga as regiões produtoras de grãos do Mato Grosso aos portos do Arco Norte, no Pará.

O projeto encontra-se parado no Supremo Tribunal Federal (STF) devido a uma ação do Psol, que questiona a destinação de parte do Parque Nacional do Jamanxim (PA) a iniciativa da estrada de ferro.

Para tentar avançar no tema, o governo instituiu um grupo de trabalho sobre a Ferrogrão, de modo a se debruçar, em especial, aos aspectos de viabilidade socioambiental e econômica do projeto.

Com investimento previsto de aproximadamente R$ 100 bilhões, o Plano Nacional de Ferrovias engloba quase cinco mil quilômetros de novas ferrovias.

A União irá arcar com parte dos aportes para garantir a viabilidade econômica dos empreendimentos. A iniciativa foi apresentada em janeiro ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Procurado, o Ministério dos Transportes não respondeu.

O Ministério dos Transportes elencou os cinco empreendimentos já certos no plano:

  • Corredor Leste-Oeste: é a junção da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol) e da Ferrovia de Integração do Centro-Oeste (Fico). A Fiol sai de Ilhéus (BA), tem um trecho já concedido e outro em construção como obra pública. Falta o terceiro trecho. A Fico está sendo executada pela Vale, como contrapartida à prorrogação de seus contratos no setor, e será estendida posteriormente até Lucas do Rio Verde (MT). O corredor tem cerca de 2.400 quilômetros de extensão;
  • Prolongamento da Ferrovia Norte-Sul: a ferrovia será estendida para o porto de Vila do Conde (PA), criando uma alternativa logística. Atualmente, a malha termina em Açailândia (MA), onde se conecta com a Estrada de Ferro Carajás (EFC), pertencente à Vale. A EFC é usada prioritariamente para o transporte de minério e há pouca ociosidade para o transporte de grãos. O corredor tem 477 quilômetros de extensão;
  • Anel Ferroviário do Sudeste: com um traçado de aproximadamente 300 quilômetros, ligará Vitória (ES) a Itaboraí (RJ). O projeto permite conectar a malha da Estrada de Ferro Vitória-Minas (EFVM), pertencente à Vale, à rede operada pela MRS Logística;
  • Transnordestina: a ferrovia tem previsão de entrega entre 2026 e 2027. Prometida desde 2010, ficou parada por anos. No plano, o governo se compromete a conceder sua conexão com a Ferrovia Norte-Sul, em Estreito (MA). Serão mais de 600 quilômetros de trilhos;
  • Ferrogrão: o projeto tem extensão de 933 quilômetros e capacidade de transporte de até 52 milhões de toneladas de commodities agrícolas ao ano. A ferrovia deve interligar os municípios de Sinop (MT) e Itaituba (PA).

No Plano Nacional de Ferrovias, a União deverá assumir de 20% a 30% dos investimentos, dependendo da ferrovia, para viabilizar o andamento dos projetos.

Em entrevista ao CNN Money na última quinta-feira (28), o secretário-executivo do Ministério dos Transportes, George Santoro, afirmou que as ferrovias são um modal de transporte mais difícil para a implantação, uma vez que demoram a gerar receitas para o concessionário.

“Essa solução que estamos utilizando já é adotada na maioria dos países do mundo e estamos replicando no Brasil, permitindo que a gente consiga cobrir esse gap a partir dos recursos que conseguimos a partir da renovação antecipada, que conseguimos dar andamento nos últimos dois anos”, disse.

O governo já fechou acordos com a MRS Logística e a Rumo. Em dezembro, anunciou um entendimento com a Vale de aproximadamente R$ 17 bilhões, em troca da repactuação dos contratos de concessão da Estrada de Ferro Carajás (EFC) e da Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM).

CNT: Das 10 melhores rodovias do país, 9 são da iniciativa privada

Clique aqui para acessar a Fonte da Notícia

VEJA MAIS

Polícia Civil prende segundo autor de roubos em série em residências em Mato Grosso

Polícia Civil prende segundo autor de roubos em série em residências em Mato Grosso –…

Tarifas de 25% sobre México e Canadá podem não entrar em vigor, diz Lutnick

O secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, disse em uma entrevista à Fox News…

Benja defende convocação de Neymar para Seleção Brasileira: “Caso à parte“

O apresentador Benjamin Back, durante o programa Domingol com Benja deste domingo (2), defendeu a…