O vice-presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), Ingo Plöger, alertou durante sua participação no programa WW desta quinta-feira (23) que o governo enfrenta significativos desafios para conter a inflação, especialmente no setor de alimentos.
Plöger enfatizou que soluções rápidas e simplistas não serão eficazes para resolver questões complexas que afetam a economia brasileira.
Segundo o especialista, a atual situação econômica é resultado de uma combinação de fatores, incluindo uma política fiscal inadequada que gerou incertezas no mercado.
Plöger destacou: “A consequência dos juros que subiram e dão uma indicação que talvez chegamos a 14% da Selic, com 4% de inflação, isso é um impacto gigantesco na agricultura, sem falar de intempéries climáticas, que são naturais dentro da atividade da agricultura”.
Medidas governamentais e seus impactos
O vice-presidente da Abag criticou algumas das abordagens propostas pelo governo para lidar com a inflação dos alimentos. “Não adianta agora o governo querer tabelar, fazer compras temporâneas, são medidas que não dão certo, nós já vimos isso, são catastróficas”, afirmou Plöger.
Ele sugere que o foco deveria estar em medidas mais estruturais, como estabilizar a economia e trazer o dólar para níveis mais razoáveis.
Plöger também ressaltou a importância da inovação e da tecnologia no setor agrícola, que tem contribuído significativamente para a redução dos custos da cesta básica ao longo dos anos.
No entanto, ele alertou para o subfinanciamento de instituições cruciais como a Embrapa, que enfrenta dificuldades orçamentárias.
Perspectivas e soluções de longo prazo
O especialista enfatizou que as soluções para os problemas econômicos e inflacionários não serão imediatas.
“O governo precisa entender que nessa parte da agricultura, essa consequência nefasta que a política dele trouxe, ele não vai resolver no curtíssimo prazo e não tem como fazer”, explicou Plöger.
Ele sugeriu que o governo poderia explorar outras alternativas, como incentivar financeiramente as cooperativas de crédito e operacionais.
No entanto, Plöger ressaltou que estas são medidas que não trarão resultados imediatos, mas podem contribuir para uma melhoria gradual da situação econômica e do controle da inflação no setor de alimentos.