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Grávida perde o bebê após voltar da Bolívia com sarampo

Uma mulher de 27 anos, que estava grávida, e o filho dela de 4 anos são os dois primeiros mato-grossenses diagnosticados com sarampo, segundo a Secretaria de Saúde do Estado. Ela perdeu o bebê na segunda-feira (22) devido a uma complicação atribuída à doença.

Mãe e filho são moradores do município de Primavera do Leste e estiveram na Bolívia recentemente em contato com pessoas infectadas. Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, onde os pacientes estiveram, enfrenta atualmente um surto ativo da doença, o que reforça a hipótese de importação do vírus para Mato Grosso.

Mulher perde bebê após contrair sarampo; filho de 4 anos também está infectado. (Foto: ilustração)

Leia também – SES e Ministério da Saúde reforçam ações contra sarampo em Primavera do Leste

De acordo com informações da investigação epidemiológica, mãe e filho apresentaram febre, manchas vermelhas pelo corpo, tosse, coriza e conjuntivite – sintomas característicos do sarampo.

Como medida imediata, a SES orientou o isolamento respiratório domiciliar dos casos e iniciou o monitoramento de contatos próximos por 21 dias. Foram coletadas amostras de sangue, urina e secreções de nasofaringe, enviadas ao Laboratório Central de Saúde Pública de Mato Grosso (Lacen-MT) para confirmação diagnóstica por sorologia e RT-PCR.

Segundo a Secretaria de Saúde, a confirmação dos dois casos representa um alerta de risco à saúde pública, devido à alta transmissibilidade da doença e à vulnerabilidade da população local. As autoridades estaduais reforçam que a vacinação é a forma mais eficaz de prevenir complicações e frear a disseminação do vírus, sobretudo em crianças e gestantes, considerados grupos de maior risco.

O risco de propagação do sarampo ganhou força em razão de dois episódios considerados críticos pelas autoridades de saúde:

  • Viagem Interestadual: Durante o período em que ainda podiam transmitir o vírus, os pacientes utilizaram ônibus em um percurso que incluiu Santa Cruz de la Sierra (Bolívia), Corumbá (MS), Campo Grande (MS), Rondonópolis (MT) e, por fim, Primavera do Leste (MT). O deslocamento em transporte coletivo, por horas seguidas e em ambiente fechado, expôs um número indefinido de passageiros, possibilitando a dispersão do vírus por diferentes regiões e estados brasileiros.
  • Participação em Evento de Massa: Familiares dos pacientes também estiveram presentes em um casamento realizado em uma comunidade ortodoxa no município de Campos Lindos, em Tocantins, entre os dias 19 e 22 de setembro. A cidade já enfrenta um surto ativo de sarampo, com dezenas de casos confirmados. A presença de moradores de Primavera do Leste no evento amplia o risco de disseminação, funcionando como uma “ponte epidemiológica”: além de importar o vírus da Bolívia, há a possibilidade de conexão direta com um foco já estabelecido no Brasil, favorecendo a formação de novas cadeias de transmissão.

Vulnerabilidade local

A confirmação dos dois casos acendeu um alerta no governo do Estado, uma vez que possibilidade de que o sarampo volte a circular em Mato Grosso é considerada elevada diante da fragilidade da cobertura vacinal e do atual cenário epidemiológico na região.

Em Primavera do Leste, onde foram registrados os casos, apenas 80,25% da população recebeu a segunda dose da tríplice viral, índice distante da meta de 95% estabelecida para garantir proteção coletiva.

Esse déficit local reflete uma situação ainda mais ampla: o Brasil perdeu, em 2019, o status de país livre do sarampo justamente em razão da queda nas taxas de vacinação. Em paralelo, a Organização Pan-Americana da Saúde já havia emitido alertas sobre o aumento expressivo de notificações da doença nas Américas em 2025, reforçando o risco de novas cepas importadas.

O quadro atual, marcado por um caso importado com complicações graves, a realização de eventos com grande potencial de transmissão e uma comunidade vulnerável por baixa imunidade, configura uma ameaça de saúde pública em nível nacional. Diante disso, especialistas defendem uma resposta rápida e articulada para impedir que o vírus volte a se estabelecer de forma endêmica no país.

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