Em meio à crise causada pela greve dos servidores do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que iniciou em 1º de julho, empresas de todo o Brasil enfrentam um colapso financeiro devido à paralisação na emissão de licenças para exportação.
Para Frank Almeida, presidente em exercício da Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt) e Fiemt e presidente do Fórum Nacional de Base Florestal (FNBF), a situação é muito grave e a cada dia que passa o prejuízo é maior.
“Estamos trabalhando para tentar amenizar os efeitos da greve, que tem sua legitimidade. Mas, ao mesmo tempo, tem gerado prejuízos sem precedentes em empresas não só em Mato Grosso, mas em todo o Brasil”, afirmou Frank.
Em Mato Grosso, mais de 2 mil m³ de madeira legal e rastreável, oriundos de manejo florestal, estão impedidas de serem exportadas pela falta de emissão da Licença, Permissão, Certificado e Outros Documentos (LPCO) pelo Ibama. Além disso, essa paralisação tem provocado acúmulo de mercadorias nos portos brasileiros.
“Em Belém (PA), pelo menos 500 contêineres de madeira estão parados no porto. Já em Paranaguá (PR), nós temos algo próximo de 300 contêineres. Fora os contêineres de Rondônia, Acre, Amazonas. Só no estado de Mato Grosso, nós temos mais de 2 mil metros cúbicos de madeira de exportação que estão parados nas empresas sem poder ter feito seu faturamento”, ressaltou o presidente da Fiemt.
Diante desse cenário, a Fiemt e o FNBF têm buscado diálogo com diversos órgãos do Governo Federal. “Estamos procurando a várias mãos, procuramos o Ministério do Ambiente, o Ibama, para que a possamos ter um tratamento diferenciado para isso. O governo precisa ser sensível à pauta, sentar-se com o servidor, escutar, negociar uma proposta e voltar à normalidade”, enfatizou o industrial.
O impacto da greve transcende o setor de base florestal, afetando também armazéns e outros setores. “Não só o setor de base florestal está sendo afetado, os armazéns estão cheios, não conseguem mais receber mercadorias de diversos outros setores, e o colapso que ora está no porto vem subindo e hoje já atingiu as empresas mato-grossenses, paraenses, ou seja, toda a cadeia de exportação brasileira”, finalizou.
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