Sinop e Rondonópolis são os municípios de Mato Grosso onde estão sendo cumpridos mandados judiciais da Operação Mão de Ferro 2, realizada nesta terça-feira (27) em uma ação coordenada pela Polícia Civil de Mato Grosso e pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP).
A operação tem como foco crimes digitais graves que afetam diretamente crianças e adolescentes.
Em Mato Grosso, foram cumpridos três mandados judiciais: um em Sinop, contra uma adolescente de 16 anos, e dois em Rondonópolis, contra um adolescente de 15 anos apontado como líder do grupo investigado.
O jovem já havia sido identificado em fases anteriores da investigação, incluindo a Operação Discórdia, realizada em abril.
Mandados também são cumpridos em outros 11 estados
Além de Mato Grosso, a operação acontece de forma simultânea em outros 11 estados brasileiros: Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Pará, Piauí, Rio Grande do Sul, Sergipe e São Paulo. No total, estão sendo executadas 22 ordens judiciais, entre buscas, apreensões e medidas socioeducativas.
As investigações revelaram a existência de uma rede articulada, composta inclusive por adolescentes, que promovia práticas como indução à automutilação e ao suicídio, perseguição virtual (stalking), ameaças, compartilhamento de conteúdos violentos e pornografia infantil, apologia ao nazismo e invasões de sistemas.
As ações ilícitas ocorriam principalmente por meio de plataformas como WhatsApp, Telegram e Discord, onde eram divulgados materiais de extrema violência, além de estimular comportamentos autodestrutivos e coação psicológica de vítimas — em sua maioria adolescentes.
Proteção à infância no ambiente digital
A Operação Mão de Ferro 2 é resultado de uma investigação conduzida pela Delegacia de Repressão a Crimes Informáticos (DRCI) de Mato Grosso, em parceria com o Laboratório de Operações Cibernéticas (Ciberlab) do Ministério da Justiça.
O delegado Gustavo Godoy Alevado, da DRCI, destaca que a operação representa uma resposta do Estado à violência digital contra crianças e adolescentes.
De acordo com a Secretaria Nacional de Segurança Pública, a atuação integrada entre as Polícias Civis dos estados e o MJSP foi essencial para o sucesso da operação.
Crimes investigados e penalidades
Os investigados podem responder por:
- Indução ou auxílio à automutilação e ao suicídio
- Perseguição virtual (stalking)
- Ameaças e coação
- Produção e compartilhamento de pornografia infantil
- Apologia ao nazismo
- Invasão de sistemas informatizados
As penas podem ultrapassar 20 anos de reclusão, dependendo da gravidade e do número de infrações cometidas.
Denúncias
A Polícia Civil reforça a importância da denúncia anônima, que pode ser feita pelo Disque 197 ou pelos canais oficiais na internet, como ferramenta crucial para combater crimes digitais, especialmente aqueles que envolvem vítimas em situação de vulnerabilidade.
