O principal índice acionário de Hong Kong sofreu sua maior queda desde 1997 nesta segunda-feira (7), depois que a China revidou as tarifas dos Estados Unidos com suas próprias taxas, aprofundando a turbulência do mercado em meio a temores de uma guerra comercial mais ampla, enquanto o fundo soberano de Pequim interveio para estabilizar as ações locais.
O índice Hang Seng, de Hong Kong, caiu 13,22%, a maior queda diária desde 1997, com as ações de empresas de tecnologia, energia solar, bancos e varejistas online afundando, uma vez que os investidores venderam qualquer ativo ligado ao crescimento e ao comércio global.
O índice CSI300 fechou em queda de 7,05%, já que a Central Huijin, ou a chamada “equipe nacional” de investidores apoiados pelo Estado, disse que aumentou as participações em ações chinesas para defender a estabilidade do mercado.
A China, que agora está enfrentando tarifas dos EUA de mais de 50%, respondeu da mesma forma na sexta-feira, aplicando taxas extras sobre as importações norte-americanas.
A intensificação da disputa entre as duas maiores economias do mundo ameaça abalar os fluxos comerciais e, além de afetar os lucros chineses, espera-se também que provoque uma desaceleração na demanda global em um momento de crescimento vacilante na China.
“Acho que o impacto desse choque será bastante significativo”, disse o economista-chefe do UBS para a China, Tao Wang, em uma chamada com investidores nesta segunda-feira. “Para começar, foi um desafio atingir o crescimento do governo. E agora é ainda mais desafiador.”
Os volumes de negociação foram pesados, especialmente porque os mercados chineses estiveram fechados na sexta-feira, quando as vendas foram mais intensas nos EUA e em outros centros financeiros.
O índice Hang Seng Tech despencou 17%, marcando seu pior desempenho em um único dia desde o início dos registros. O índice caiu 27% em um mês e está próximo de onde começou o ano.
Na ausência de qualquer indício de recuo por parte da Casa Branca, o foco dos investidores estará em Pequim, que pode apresentar medidas para apoiar os exportadores chineses e fortalecer a economia doméstica.
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