A Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt) avalia como um avanço a retirada do tarifaço de até 40% sobre produtos brasileiros exportados aos Estados Unidos. A medida causou grande preocupação no setor produtivo, já que cerca de 90% das exportações de Mato Grosso para o mercado norte-americano são de produtos industrializados.
Cinco dos seis principais itens enviados pelo estado aos EUA — carne bovina, gelatina, gordura animal (sebo), soja e madeira perfilada — estavam entre os produtos que foram tarifados a partir da medida comercial imposta em julho. Apenas o ouro ficou de fora. Todos representam 98% das exportações mato-grossenses para aquele mercado.
Mesmo com o risco das tarifas, alguns setores conseguiram manter um bom desempenho ao buscar novos destinos. No caso da carne bovina, setembro foi o pior mês do ano para os Estados Unidos, com apenas 331 toneladas exportadas por Mato Grosso. Ainda assim, o estado fechou o mês com um total de mais de 80 mil toneladas da proteína embarcadas. Isso aconteceu por causa da diversificação, com países como o México ampliando suas compras.
No Complexo Madeira, as exportações de madeira beneficiada registraram crescimento no período, contribuindo para manter parte do desempenho do segmento. Porém, o setor de madeira serrada foi diretamente afetado pela queda na demanda dos Estados Unidos e acumula perdas. Entre agosto e outubro deste ano, foram exportadas 95 toneladas de madeira serrada, enquanto no mesmo período do ano passado haviam sido enviadas 163 toneladas, uma redução de 41,7%. O cenário evidencia que o tarifaço trouxe impacto real para as empresas que dependem desse mercado.
Para a entidade, o tarifaço trouxe insegurança e impactou decisões de embarque e investimentos no período. A Federação destaca ainda a importância de um ambiente de comércio exterior mais previsível, que permita competitividade e estabilidade para a indústria e para produção mato-grossense como um todo.
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