A Polícia Civil de Mato Grosso prendeu, na manhã desta sexta-feira (15), o sócio e responsável técnico de uma rede de laboratórios acusada de fraudar e falsificar resultados de exames. A ação, batizada de Operação Contraprova, foi deflagrada para cumprir 11 ordens judiciais contra os proprietários da empresa, que atendia órgãos públicos — como a Câmara e a Prefeitura de Cuiabá —, clínicas particulares, nutricionistas, um convênio médico e pacientes individuais.
Segundo as investigações, as amostras coletadas eram descartadas sem análise, e os laudos, forjados pelo biomédico preso preventivamente, que é um dos sócios da empresa e também o responsável técnico. O laboratório recebia e coletava amostras de material biológico, incluindo secreção de pacientes de home care, realizando ainda exames de covid-19, toxicológico e de doenças como sífilis, HIV e hepatites.
A operação cumpriu mandados de busca e apreensão nas residências dos sócios e nas três unidades da rede, localizadas em Cuiabá, Sinop e Sorriso, que foram interditadas por ordem judicial. Também foram suspensos o registro profissional do responsável técnico, os contratos da empresa com o poder público e a possibilidade de os investigados firmarem novos acordos com União, estados ou municípios.
O caso começou a ser apurado em abril, após denúncia recebida pela Vigilância Sanitária de Cuiabá. Na ocasião, a unidade foi interditada, e o investigado chegou a ser preso em flagrante delito.

Ao final do inquérito, os investigados poderão responder por estelionato, falsificação de documento particular, peculato e associação criminosa, crimes que somam penas de até 25 anos de prisão.
O nome da operação faz alusão à “contraprova”, exame utilizado para confirmar a veracidade de um resultado — neste caso, simbolizando a atuação policial que desmascarou as fraudes.
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