18 feminicídios já foram registrados no estado de Mato Grosso, em 2025. De acordo com a deputada federal Gisela Simona (União Brasil-MT), os números colocam o estado entre os cinco mais violentos para mulheres no Brasil.
A declaração foi dada em entrevista ao Bom Dia Mato Grosso, da TV Centro América, na manhã dessa segunda-feira (9).
A parlamentar foi a relatora do pacote antifeminicídio, transformado em lei em outubro de 2024, que endurece penas contra autores de feminicídio e violência doméstica.
A nova legislação passou a prever penas mínimas de 20 e máximas de 40 anos de prisão, o que representa a maior pena prevista no Código Penal Brasileiro atualmente.
“Antes, muitos feminicidas saíam pela porta da frente da delegacia. Agora, com a nova lei, é necessário cumprir pelo menos 55% da pena para ter direito a qualquer progressão de regime”, explicou a deputada.
Além disso, o pacote prevê a perda automática do pátrio poder para pais que assassinam a mãe de seus filhos, especialmente na presença de familiares — uma situação tristemente comum.
Segundo o Anuário de Segurança Pública de 2025, dez mulheres são mortas por dia no Brasil simplesmente por serem mulheres. Um dado que reforça a urgência de ações mais robustas e estruturais.
A deputada defendeu que o combate ao feminicídio vá além da punição. Para ela, educação é a chave para romper com o machismo estrutural e mudar a cultura de dominação sobre as mulheres.
“Isso não é um problema das mulheres, é um problema da sociedade. A família tem que conversar com os filhos, a escola tem que trabalhar esse tema, e a gente precisa ensinar que ninguém é dono de ninguém”, afirmou.
Videoclipe sobre feminicídio no Brasil é lançado em Várzea Grande
Número de mulheres mortas homenageadas com ipês aumenta em Cuiabá